Polícia Federal prende filho de desembargador ex-presidente do Tribunal de Justiça do Tocantins em operação contra venda de sentenças

Agentes da Polícia Federal realizam buscas na residência do desembargador João Rigo Guimarães em Araguaína, Tocantins, durante a Operação Máximus.
Agentes da Polícia Federal realizam buscas na residência do desembargador João Rigo Guimarães em Araguaína, Tocantins, durante a Operação Máximus.

A Polícia Federal (PF) prendeu na sexta-feira (23/08/2024), o advogado Thales André Pereira Maia, filho do desembargador Helvécio de Brito Maia Neto, ex-presidente do Tribunal de Justiça do Tocantins (TJTO). A prisão de Maia foi realizada no âmbito da Operação Máximus, que investiga um suposto esquema de venda de sentenças judiciais no estado.

A operação também resultou na prisão preventiva de Thiago Sulino de Castro, outro advogado acusado de intermediar as negociações de decisões judiciais. Além das prisões, foram cumpridos 60 mandados de busca e apreensão em Tocantins, Minas Gerais, São Paulo, Goiás e no Distrito Federal. Entre os alvos dos mandados, 46 são advogados e escritórios de advocacia suspeitos de participação no esquema.

As diligências foram autorizadas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), e as investigações ocorrem sob sigilo na corte de Brasília, devido ao foro privilegiado dos desembargadores envolvidos. Outros magistrados do TJTO e procuradores de estado também estão sendo investigados. Entre os alvos da operação está o desembargador João Rigo Guimarães, cuja residência em Araguaína, no norte do Tocantins, foi vasculhada pela PF. Imagens da operação foram transmitidas pela TV Anhanguera, filiada da Rede Globo no estado.

A PF informou que a investigação apura possíveis crimes de corrupção ativa, exploração de prestígio, organização criminosa e lavagem de dinheiro. O foco é a suposta negociação para compra e venda de decisões judiciais e atos jurisdicionais, bem como práticas de lavagem de dinheiro associadas.

A Operação Máximus recebeu o nome em referência ao personagem Máximus do filme “Gladiador”, conhecido por lutar contra a corrupção no Império Romano.

A Agência Brasil entrou em contato com o Tribunal de Justiça do Tocantins (TJTO) e os desembargadores envolvidos para obter uma posição oficial, bem como com as defesas dos acusados. A defesa de Thiago Sulino de Castro informou que não se manifestará até ter acesso aos autos do processo. Da mesma forma, o advogado Leandro Manzano, que representa Thales André Pereira Maia, declarou que aguardará o acesso à investigação para se pronunciar.

A operação ocorre dois dias após a PF deflagrar uma outra ação contra o governador Wanderlei Barbosa, em um caso relacionado a desvios na contratação de empresas para a distribuição de cestas básicas, embora sem ligação aparente com a investigação atual.

*Com informações da Agência Brasil.


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