Quem é Josué Mello, ex-reitor da UEFS e ex-candidato a prefeito de Feira de Santana

Josué da Silva Mello dedicou a vida à educação e ao serviço social na Bahia. Com uma formação sólida e diversas condecorações, atuou como reitor da UEFS, fundador do Serviço de Integração de Migrantes e diretor de instituições de ensino, deixando um legado que impacta a educação e a sociedade na região.
Josué da Silva Mello dedicou a vida à educação e ao serviço social na Bahia. Com uma formação sólida e diversas condecorações, atuou como reitor da UEFS, fundador do Serviço de Integração de Migrantes e diretor de instituições de ensino, deixando um legado que impacta a educação e a sociedade na região.

O impacto de Josué da Silva Mello, conhecido como Josué Mello, no ensino superior e no desenvolvimento social da Bahia é inegável. Nascido em Lagarto, Sergipe, Ele mudou-se para Salvador em 1953, ainda jovem, onde começou a moldar a sua vasta e diversa carreira. A formação acadêmica de Josué inclui teologia pela Faculdade do Centenário, sociologia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), filosofia pela Universidade Católica de Salvador (UCSal) e uma especialização em ciências políticas, além de um mestrado em educação pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Em 1996, concorre ao mandato de prefeito de Feira de Santana pelo PDS, através das forças conservadoras do Carlismo, sendo derrotado pelo ex-prefeito José Falcão da Silva (★1930 — †1997).

Josué Mello é casado com a professora Tecla Dias de Oliveira Mello há 62 anos e 70 anos de namoro e noivado. Eles são pais de Cilene Oliveira Mello Sturken e Susana Oliveira Mello, avós de Ellen Sturken Mascarenhas, Otto Mello Sturken , Karin Mello Sturken e Camilla Mello e lima, e tem como bisnetos Sofia Mascarenhas Sturken, Antony Mascarenhas Sturken, Nicolas Aquino Mendonça Mello Sturken, Pietra Mascarenhas Sturken, Mathias Romero Sturken Alves e Gabriel Mello Almeida.

Trajetória de vida

A trajetória de vida de Josué Mello é marcada por seu papel como educador e administrador em instituições de ensino de grande relevância. Entre 1979 e 1987, atuou como pró-reitor acadêmico da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) e, em seguida, foi nomeado reitor da mesma universidade, posição que ocupou de 1991 a 1995. Sua gestão na UEFS foi destacada pela implantação de novos cursos e pela promoção de projetos voltados ao desenvolvimento sustentável, demonstrando sua preocupação com o impacto social e ambiental da educação.

Além de sua atuação na UEFS, Josué foi uma personalidade central na criação e gestão de outras instituições educacionais e sociais na Bahia. Fundador da Fundação 2 de Julho, ele liderou a nacionalização do Colégio 2 de Julho em Salvador, onde também atuou como diretor geral até 2011. Em Feira de Santana, fundou o Serviço de Integração de Migrantes (SIM), uma organização que desempenhou um papel fundamental na integração de migrantes e no desenvolvimento da região. A contribuição de Josué ao SIM foi tão significativa que a instituição deu origem ao bairro SIM em Feira de Santana, solidificando seu legado na cidade.

Sua atuação não se limitou ao âmbito acadêmico e social. Josué Mello também desempenhou um papel importante no campo da administração pública. Entre 2001 e 2002, foi secretário municipal de educação de Feira de Santana, onde liderou importantes iniciativas para a melhoria do ensino público na cidade. Após sua passagem pela secretaria, continuou a contribuir para a educação ao assumir a direção geral da Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC) de Feira de Santana e, posteriormente, da Faculdade 2 de Julho, onde permaneceu até 2011.

Ao longo da carreira, Josué Mello foi agraciado com diversos títulos e condecorações, refletindo o reconhecimento por sua contribuição à educação e ao desenvolvimento social. Entre as honrarias, destacam-se os títulos de Cidadão Honorífico de Feira de Santana, Governador Mangabeira e Salvador, além de diversas medalhas e diplomas de mérito. Sua produção intelectual inclui artigos e livros sobre temas como educação, religião, ciência e desenvolvimento sustentável, consolidando sua influência no meio acadêmico e cultural.

Josué Mello, é ex-presidente da Academia de Educação de Feira de Santana. Ele foi uma figura chave na fundação da instituição, que foi oficializada em 5 de novembro de 2007. Atualmente presidida por José Raimundo Pereira de Azevedo (mandato de julho de 2024 a julho de 2026), a Academia tem como objetivo promover o estudo e a pesquisa na área educacional. Ações em andamento incluem a elaboração de um plano de trabalho para 2008, realização de seminários anuais, exposições biográficas e publicações. A instituição busca parcerias com a Prefeitura Municipal e a UEFS e está formando um Fórum das Academias para integrar e fortalecer o desenvolvimento cultural e educacional da região.

Josué da Silva Mello também foi membro de diversas outras academias e associações de destaque, como a Academia Feirense de Letras e a Academia de Cultura da Bahia, onde sua contribuição foi amplamente reconhecida e a Augusta Respeitável Loja Simbólica Maçônica ∴ Harmonia, Luz e Sigilo, nº 46, filiada a Grande Loja do Estado da Bahia (GLEB), onde exerceu o cargo de Venerável Mestre (VM). Seu trabalho como conferencista e palestrante em eventos nacionais e internacionais também foi uma constante ao longo de sua vida profissional, onde abordou temas centrais como migrações internas, educação e desenvolvimento sustentável.

O significado de Feira de Santana na vida de José Mello

O Jornal Grande Bahia questionou o professor Josué Melo sobre o significado da cidade de Feira de Santana em sua vida. Ele compartilhou sua profunda conexão com a cidade, destacando o impacto de suas contribuições sociais, educacionais e religiosas, e como Feira de Santana se tornou um símbolo de transformação e inovação. Confira o que ele disse.

Feira de Santana e Sua Significância

O professor Josué Melo, uma das figuras mais proeminentes na história educacional e social de Feira de Santana, reflete sobre o profundo significado que a cidade tem em sua trajetória pessoal e profissional. “Feira de Santana não é apenas o lugar onde vivi; é a cidade que moldou minha vida e onde pude realizar meu maior legado”, afirma Melo. Em suas palavras, a cidade não é apenas um espaço geográfico, mas um local de transformação contínua, que tanto o acolheu quanto o inspirou a retribuir com seu trabalho.

O Amor de Pai e a Doação do Campus

Um dos momentos mais marcantes relatados por Melo foi a anuência da prefeitura de Feira de Santana para a doação de um campus, um ato que possibilitou a criação de uma universidade federal na cidade.

“Esse gesto foi movido por dois amores: o amor de pai, que vê a cidade como um filho a ser educado e protegido, e o amor de filho, que retribui o cuidado recebido com dedicação e trabalho”, explica.

Ele se refere à sua atuação no projeto de integração de imigrantes em Feira de Santana como uma das realizações mais significativas de sua vida. O projeto, que atendeu 23.200 migrantes, não apenas lhes proporcionou documentação e alfabetização, mas também os capacitou para o mercado de trabalho urbano, contribuindo para sua inserção social e econômica.

“Esse projeto, que eu chamo de meu grande filho, teve um impacto tão profundo que gerou três teses de doutorado e várias dissertações de mestrado”, lembra.

O Legado Educacional e a Criação de Oportunidades

A carreira de Josué Melo em Feira de Santana também está intimamente ligada ao desenvolvimento da educação na cidade. Como reitor da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), ele desempenhou um papel crucial na formação da instituição e na ampliação do acesso ao ensino superior na região.

“A criação da UEFS foi uma resposta ao desejo de transformação social e educacional que sempre caracterizou Feira de Santana”, afirma.

Além de sua atuação na universidade, Melo fundou a Associação Filantrópica de Assistência Social (AFAS), que desempenhou um papel pioneiro no cuidado e na reintegração de pessoas em situação de rua e migrantes.

“O povo de Feira de Santana sempre foi inovador e aberto a novas ideias, o que permitiu que projetos pioneiros como o da AFAS florescessem aqui”, destaca.

Feira de Santana: A Capital Cultural do Nordeste

Para Josué Melo, Feira de Santana é mais do que um centro urbano; é uma capital cultural que representa a essência do Nordeste brasileiro. Ele cita o renomado escritor Jorge Amado, que certa vez afirmou: “Feira de Santana é uma capital de dimensão metropolitana, a porta de entrada e de saída de uma civilização”. Ele  concorda plenamente com essa visão e acrescenta:

“Feira de Santana é a cidade que melhor encapsula a cultura nordestina em sua totalidade. Se há uma cidade que pode reivindicar o título de representante do Nordeste, essa cidade é Feira de Santana”.

Josué Melo também vê a cidade como uma ponte, um elo vital entre o sertão e o litoral, e um importante centro de distribuição de bens, serviços e cultura.

“Feira de Santana não é apenas um centro comercial; é um polo cultural e social que influencia toda a região”, ressalta.

Abertura e Inovação Social

O professor Josué Melo enfatiza a característica inovadora e receptiva da população de Feira de Santana, que sempre apoiou suas iniciativas sociais e educacionais. Um exemplo notável é o ecumenismo que ele promoveu na cidade.

“Cheguei a Feira de Santana como pastor presbiteriano, mas encontrei aqui um ambiente tão aberto que, em poucos anos, já estava colaborando estreitamente com a comunidade católica”, relata.

Melo lembra que foi convidado para ser professor no Colégio Santo Antônio, uma instituição católica, e que essa colaboração ecumênica se estendeu a ações conjuntas como casamentos ecumênicos e até a troca de púlpitos entre igrejas de diferentes denominações.

“O que fizemos aqui em Feira de Santana em termos de ecumenismo não aconteceu em nenhum outro lugar do país, e isso é um reflexo da mente aberta e inovadora do povo desta cidade”, observa.

Transformação Urbana e Desenvolvimento

Feira de Santana também se destaca pela rápida transformação urbana, que Melo testemunhou ao longo de sua vida.

“Em menos de 20 anos, vimos áreas que eram praticamente rurais se transformarem em bairros prósperos, como o Bairro SIM, que hoje é um dos mais desenvolvidos da cidade”, comenta.

Ele acredita que essa capacidade de transformação rápida é uma das maiores forças de Feira de Santana.

“Tudo que se planta aqui prospera. Seja no comércio, na indústria, ou no setor imobiliário, Feira de Santana é uma cidade onde as coisas realmente acontecem”, afirma Josué Melo.

O casal de professores Tecla Dias de Oliveira Mello e Josué da Silva Mello.
O casal de professores Tecla Dias de Oliveira Mello e Josué da Silva Mello.

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Uma resposta

  1. Carlos Augusto, amigo e irmão: Quero antes cumprimentá-lo com entusiasmo por sua carreira acadêmica. Prestes a concluir seu doutorado. Ótimo para você e excelente para Feira de Santana, que tem no Jornalista e responsável pelo Grande Bahia, um quadro preparado para qualquer missão importante. Em segundo lugar, agradecer-lhe pela biografia e a publicação em seu jornal. O texto ficou excelente. Produção e realização de um irmão que só merece de nossa parte – UM GRANDE E TRÍPLICE ABRAÇO. Em terceiro lugar a entrega de seu livro. Não esqueci. Ando com ele, inclusive já com a dedicatória, no carro, na expectativa de encontrá-lo em lugar do universo feirense. Ao seu dispor, o irmão,
    Josué Mello.

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