Seagri e Adab intensificam combate ao cancro cítrico na região Oeste da Bahia

Fiscais agropecuários removem plantas infectadas com cancro cítrico e implementam medidas para prevenir a propagação do cancro cítrico, praga que ameaça a citricultura na Bahia.
Fiscais agropecuários removem plantas infectadas com cancro cítrico e implementam medidas para prevenir a propagação do cancro cítrico, praga que ameaça a citricultura na Bahia.

A Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura (Seagri), em parceria com a Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), por meio da Coordenação do Programa Fitossanitário dos Citros, está intensificando as ações de combate ao cancro cítrico na região oeste da Bahia. Desde o início de agosto, após a confirmação laboratorial da praga, fiscais agropecuários estão atuando na área de Barreiras para erradicar plantas infectadas e implementar medidas preventivas que evitem a disseminação da doença.

A citricultura na Bahia ocupa cerca de 70 mil hectares, abrangendo a produção de laranja, tangerina, lima-da-pérsia e lima ácida Tahiti, destinados tanto ao consumo in natura quanto à indústria de suco concentrado. A detecção do cancro cítrico no estado acendeu um alerta para a necessidade de reforçar as medidas preventivas e o monitoramento das plantações, especialmente diante dos prejuízos que a praga já causou em outros estados produtores, como São Paulo e Minas Gerais.

Segundo Suely Brito, engenheira agrônoma e coordenadora do Programa Fitossanitário dos Citros na Adab, a erradicação das plantas contaminadas é, até o momento, o único método eficaz de controle. A especialista destaca que o Ministério da Agricultura e Pecuária determina a remoção de todas as plantas em um raio de 30 metros do foco de infecção. Brito informa que o foco da praga foi identificado em uma área residencial em Barreiras, município vizinho a Luís Eduardo Magalhães, onde medidas emergenciais estão sendo adotadas para evitar a propagação da bactéria.

Além das ações de erradicação, a Seagri está fortalecendo parcerias com municípios e associações de produtores para intensificar o controle e a prevenção do cancro cítrico. Estão sendo organizadas palestras, reuniões e capacitações técnicas para instruir as equipes das secretarias municipais de agricultura sobre as melhores práticas de controle e prevenção. Keyla Soares, engenheira agrônoma da Seagri, ressalta que o controle de pragas exige ações coordenadas e contínuas, e as capacitações visam preparar os técnicos municipais para atuarem de forma eficiente, garantindo a sustentabilidade da produção agrícola e evitando a disseminação da praga para outras regiões.

O Programa Fitossanitário dos Citros, instituído em 2003, foi criado em resposta à importância socioeconômica da cadeia produtiva de citros na Bahia, onde 80% da área cultivada está sob o domínio da agricultura familiar. O programa tem como objetivo manter o status fitossanitário da região como área livre de Cancro Cítrico e HLB (Huanglongbing), por meio de ações contínuas de vigilância.

O cancro cítrico é causado por uma bactéria que ataca frutos, ramos e folhas de diversas espécies cítricas, como laranja, limão e tangerina, provocando a queda prematura dos frutos e comprometendo a produção. Devido à gravidade da situação, a erradicação das plantas infectadas é a única medida de controle recomendada até o momento.

Para evitar a propagação do cancro cítrico, é essencial que os produtores adquiram mudas de viveiros certificados e mantenham a documentação legal em dia. Inspeções regulares e a comunicação imediata com a Adab em caso de suspeita da doença são fundamentais para conter a ameaça. Entre as ações mais relevantes, destaca-se a necessidade de adquirir material propagativo em ambiente protegido e a proibição do trânsito e comercialização de frutos que apresentem sintomas de pragas ou que não tenham sido produzidos na Bahia.


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