A secretária apresentou um panorama da saúde na região centro-leste da Bahia, com foco em Feira de Santana.
“Nosso principal objetivo é apresentar um panorama da saúde, não só em Feira de Santana, mas em toda a região centro-leste, sob duas perspectivas: os desafios que temos pela frente e as ações do Governo do Estado na área da saúde”, afirmou Roberta Santana.
Ela ressaltou a necessidade de qualificação dos profissionais de saúde e a insuficiência das ações municipais de Feira de Santana. Dados do Ministério da Saúde indicam que 18% da população feirense não tem acesso à atenção básica, e 80% dos municípios da região não têm cobertura odontológica adequada. Essa falta de atenção primária resulta em um aumento de internações por doenças que poderiam ser evitadas.
Governança e Colaboração
Roberta Santana destacou a importância da governança na saúde e criticou a falta de colaboração da gestão do prefeito Colbert Martins em Feira de Santana.
“Há uma resistência em trabalhar de forma colaborativa, o que prejudica a eficácia dos serviços prestados. Não podemos aceitar que, no ápice da crise da dengue, o município tenha se recusado a trabalhar em conjunto com o Estado e o Ministério da Saúde”, disse a secretária.
Ela exemplificou a crise de dengue como um momento em que a colaboração foi necessária, mas não ocorreu de forma satisfatória.
Resultados e Iniciativas Estaduais
A secretária relatou os resultados positivos alcançados pelo Governo do Estado, como a ampliação de 20% nas solicitações atendidas pelo sistema de regulação e a realização de mais de 1000 neurocirurgias no HGCA.
“Feira de Santana foi pioneira na realização de neurocirurgias de alta complexidade no interior do estado. Estamos falando de procedimentos inovadores que salvaram muitas vidas”, destacou Santana.
Ela também mencionou a reativação de cirurgias oncológicas na Santa Casa, anteriormente suspensas pelo município.
“Restabelecemos as cirurgias de cabeça e pescoço oncológicas na Santa Casa, uma responsabilidade que deveria ser do município, mas que assumimos para garantir o atendimento à população”, afirmou.
Desafios na Atenção Primária
A alta demanda por atendimentos de alta complexidade foi atribuída à fragilidade da atenção primária. Roberta Santana enfatizou que a abertura de novos leitos e hospitais não é suficiente se a atenção primária não for fortalecida.
“Se não trabalharmos a eficiência dos postos de saúde, os pacientes continuarão chegando às unidades de alta complexidade em estado grave. É preciso fortalecer a atenção primária para evitar que casos simples evoluam para situações críticas”, explicou a secretária.
Recursos e Investimentos
A secretária reconheceu o subfinanciamento do Sistema Único de Saúde (SUS), mas ressaltou que o compromisso e a responsabilidade do gestor são essenciais para superar as limitações financeiras.
“O subfinanciamento do SUS é uma realidade, mas o que faz a diferença é o compromisso do gestor. O Governo do Estado tem investido na saúde de Feira de Santana, muito além dos R$ 82 milhões recebidos da União”, destacou Santana.
Infraestrutura e Logística
Roberta Santana criticou a inadequação das unidades de saúde básicas, muitas delas instaladas em casas alugadas.
“Não podemos aceitar que unidades de saúde funcionem em condições inadequadas. O Governo Federal, através do PAC, está construindo 165 novas unidades básicas de saúde na Bahia, e temos 52 unidades em construção com recursos estaduais. É essencial que o município solicite e participe ativamente dessas melhorias”, afirmou a secretária.
Vazios Assistenciais
A secretária também destacou a necessidade de repensar a distribuição das unidades de saúde para cobrir vazios assistenciais.
“Estamos realizando um censo para avaliar a cobertura das unidades básicas de saúde e ampliar a assistência. Precisamos garantir que todos tenham acesso a um médico, a um ginecologista, a um pediatra, principalmente nas áreas mais carentes”, explicou Santana.
Atenção à Saúde Bucal
Outro ponto crítico apontado pela secretária foi a baixa cobertura da saúde bucal.
“Apenas 25% da população tem acesso a serviços odontológicos pelo SUS. Isso significa que a maioria dos municípios de Feira de Santana não tem acesso a um dentista. Precisamos mudar essa realidade”, afirmou.
Traumas e Acidentes
A secretária também abordou a alta demanda por atendimentos de trauma ortopédico, atribuídos principalmente a acidentes automobilísticos.
“Feira de Santana está em um entroncamento rodoviário e isso aumenta o número de acidentes. Estamos trabalhando para conscientizar a população e reduzir esses números, mas é um desafio constante”, afirmou Santana.
A secretária finalizou a coletiva destacando a necessidade de um esforço conjunto para melhorar a saúde em Feira de Santana.
“Precisamos de uma força-tarefa entre o município, o estado e a união para garantir uma assistência de qualidade à população. O Governo do Estado está comprometido com essa missão e continuará investindo para superar os desafios”, concluiu Roberta Santana.
