ANFAVEA destaca desafios e oportunidades do setor automotivo em coletiva de imprensa

Em coletiva realizada em Brasília, soba a liderança do presidente Márcio de Lima Leite, a ANFAVEA traça os rumos da indústria automotiva, com foco em exportações, eletrificação, metas de sustentabilidade e desafios do setor no Brasil. A entidade apresenta, também, dados do setor automotivo brasileiro referentes ao período de janeiro a agosto de 2024 e perspectivas de investimento.
A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA) apresentou na quinta-feira (05/09/2024) perspectivas para o futuro da indústria em coletiva de imprensa com a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin.

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA) realizou uma coletiva de imprensa em Brasília nesta quinta-feira (05/09/2024), na qual foram discutidos os principais desafios e oportunidades enfrentados pela indústria automotiva brasileira. O evento contou com a participação de Márcio de Lima Leite, presidente da ANFAVEA, que abordou temas centrais como o impacto das importações de veículos chineses, a transição para veículos eletrificados, a reforma tributária e a crise energética que afeta o país.

Estoques de veículos chineses e a desestabilização do mercado

Um dos principais pontos abordados foi o crescimento do estoque de veículos elétricos e híbridos chineses no Brasil, que atingiu cerca de 80 mil unidades. Leite alertou para os efeitos negativos que essa situação pode gerar no mercado interno, tanto no setor de novos quanto no de seminovos. Segundo ele, a antecipação das importações para evitar o aumento nas alíquotas de impostos de importação foi uma estratégia que, embora compreensível, está desbalanceando a dinâmica do mercado.

“Com esse estoque elevado, é difícil equilibrar a oferta e a demanda, o que pode prejudicar a renovação do mercado e o lançamento de novos modelos no Brasil”, afirmou Leite.

Ele também defendeu a necessidade de um aumento mais rápido das tarifas de importação, que atualmente estão em 18% para veículos elétricos e devem chegar a 35% até 2026.

A transição para veículos eletrificados e o papel dos biocombustíveis

Márcio Leite destacou que, embora o crescimento das vendas de veículos eletrificados já fosse esperado, o Brasil deve seguir uma estratégia própria para a descarbonização da frota.

“O Brasil tem uma posição única no cenário global, com uma forte indústria de biocombustíveis, que oferece uma alternativa sustentável para o país”, explicou o executivo.

Ele acrescentou que a eletrificação avançará no país, mas não no mesmo ritmo de outras regiões, como a Europa, onde o domínio dos veículos elétricos é mais acentuado.

Reforma tributária e a competitividade nas exportações

Outro tema importante discutido foi a reforma tributária. Leite afirmou que a transformação do cenário fiscal no Brasil será positiva para a indústria automotiva, especialmente no que diz respeito à competitividade das exportações. Segundo ele, a desoneração da produção permitirá que os veículos brasileiros ganhem espaço no mercado externo.

“A reforma vai reduzir significativamente o resíduo tributário, tornando nossos produtos mais competitivos internacionalmente”, destacou.

Contudo, ele ressaltou a preocupação da ANFAVEA com a inclusão dos automóveis no imposto seletivo.

“Essa medida vai contra o objetivo de renovar a frota e promover a descarbonização do setor”, afirmou.

A associação está trabalhando junto ao Congresso Nacional para tentar remover o setor automotivo dessa tributação.

Crise energética: uma ameaça para o setor?

A crise energética foi outro ponto abordado durante a coletiva. O baixo nível dos reservatórios hídricos e o consequente aumento do uso de usinas termelétricas, que elevam o custo da energia no Brasil, levantaram preocupações sobre o impacto na indústria automotiva. Márcio Leite disse que, embora ainda seja cedo para avaliar os efeitos concretos, a situação está no radar da ANFAVEA. “Estamos monitorando de perto, mas ainda é prematuro afirmar se haverá um aumento nos custos de produção ou uma falta de energia que afete a produção automotiva”, concluiu.

A coletiva de imprensa reforçou a postura da ANFAVEA de acompanhar atentamente as transformações no cenário econômico e de mercado, enquanto busca defender os interesses da indústria automotiva brasileira em um contexto global de transição tecnológica e desafios econômicos.

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