Nesta terça-feira (10/09/2024), o jornal francês Les Echos destacou que a falta de coesão entre os países europeus nos setores de defesa e espacial pode ter consequências graves para a União Europeia. A análise surge em meio à repercussão do relatório apresentado pelo ex-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi. O documento, entregue ontem à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, sugere uma nova estratégia industrial para evitar que a Europa perca sua competitividade tecnológica para China e Estados Unidos.
Draghi, conhecido por seu papel crucial na crise financeira de 2009, recomenda um investimento anual de € 800 bilhões, equivalente a quase 5% do Produto Interno Bruto (PIB) da União Europeia. Segundo Draghi, a Europa enfrenta um “desafio existencial” e, pela primeira vez desde a Guerra Fria, os europeus devem temer por sua sobrevivência. O plano inclui 170 propostas e propõe uma “mudança radical”, incluindo uma flexibilização das regras de concorrência que, segundo Draghi, estão sufocando projetos de inovação.
O Les Echos aponta que a desunião entre os países europeus, especialmente nas áreas de defesa e espacial, está se tornando prejudicial para a indústria do bloco. Em 2022, a União Europeia ainda conseguiu produzir e exportar equipamentos e tecnologias comparáveis ou superiores aos dos Estados Unidos em várias áreas, como tanques de combate, submarinos, tecnologias navais e aeronáuticas. No setor espacial, embora a Europa tenha investido um terço do valor gasto pelos Estados Unidos, manteve-se competitiva na última década. No entanto, o cenário atual coloca a UE em uma posição de fragilidade no desenvolvimento de tecnologias emergentes essenciais para o crescimento futuro.
A imprensa francesa observa que, sem uma mudança significativa, o futuro da Europa pode ser comprometido. A concorrência entre os países, a preferência de alguns, como Polônia e Alemanha, por relações estreitas com os EUA em detrimento dos interesses europeus e as dificuldades econômicas dos governos em Paris e Berlim contribuem para a situação. As dívidas acumuladas também impedem o bloco de considerar um empréstimo coletivo para financiar a inovação.
Além disso, o Les Echos relatou que os bancos franceses BNP Paribas e Société Générale, que financiaram a compra do Twitter (atualmente X) por Elon Musk com um empréstimo de US$ 13 bilhões, estão enfrentando prejuízos significativos. A análise de cálculos incorretos nos juros pagos por Musk e o aumento inesperado das taxas de juros nos últimos dois anos resultaram em uma estimativa de prejuízo de até US$ 4 bilhões para os bancos envolvidos, conforme noticiado pela Bloomberg.
*Com informações da RFI.
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