Docentes das Universidades Estaduais Baianas agendam nova paralisação das atividades em protesto por reajuste salarial

Docentes das Universidades Estaduais Baianas se reúnem em protesto no campus da UNEB, Salvador, em ato unificado para discutir reajuste salarial.
Docentes das Universidades Estaduais Baianas se reúnem em protesto no campus da UNEB, Salvador, em ato unificado para discutir reajuste salarial.

Docentes das Universidades Estaduais da Bahia (UNEB, UEFS, UESC e UESB) realizarão uma paralisação de 24 horas nesta quarta-feira (11/09/2024), com um ato unificado em Salvador. A concentração ocorrerá no Campus I da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), no bairro Cabula, a partir das 6h30. A paralisação foi aprovada em assembleias realizadas pelas quatro universidades e tem como objetivo pressionar o governo estadual por um plano de recomposição salarial. Uma nova rodada de negociações entre o Fórum das Associações Docentes (FAD) e o governo está agendada para ocorrer na Secretaria de Educação do Estado (SEC), às 15h do mesmo dia. No dia 16 de setembro, as assembleias docentes discutirão a possível deflagração de greve, caso o impasse não seja resolvido.

As Associações Docentes vêm tentando negociar com o governo desde abril de 2024, buscando um reajuste que compense as perdas salariais acumuladas ao longo dos anos. A categoria pede três aumentos de 5,5%, distribuídos entre janeiro de 2025, janeiro de 2026 e dezembro de 2026, o que resultaria em um reajuste total de 17,42% em dois anos. A proposta leva em consideração as previsões de inflação para os próximos anos, com um ganho real de 4,1% ao ano.

O governo do estado, por sua vez, ofereceu um reajuste de 5,7% em três parcelas, nos mesmos prazos, com vigência até 2027. Segundo cálculos do movimento docente, essa proposta representa um ganho real de apenas 1,15% ao ano, resultando em um aumento acumulado de 3,5% em três anos, caso as metas inflacionárias do Banco Central sejam mantidas. Se a inflação seguir as previsões do Boletim Focus, o ganho real seria de 5,2% entre 2025 e 2027.

De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), os docentes das universidades estaduais acumulam uma perda salarial de 35% desde 2015. O Fórum das Associações Docentes, que reúne os quatro sindicatos docentes das universidades estaduais, considera as propostas do governo insuficientes. O presidente da Associação dos Docentes da Universidade Estadual de Santa Cruz (Adusc) e coordenador do Fórum, Marcelo Lins, afirma que a categoria já flexibilizou suas exigências, mas as condições impostas pelo governo desrespeitam os professores.

A continuidade da mobilização depende das negociações com o governo. A possibilidade de deflagração de greve será discutida em assembleias no dia 16 de setembro, em todas as universidades estaduais. Até lá, os docentes mantêm uma campanha de sensibilização, com outdoors e materiais explicativos voltados ao público interno das universidades e à sociedade baiana, questionando o governador Jerônimo Rodrigues sobre a condução das negociações.

As assembleias de segunda-feira, 16 de setembro, ocorrerão nos seguintes locais:

  • UEFS: Auditório 2 (Módulo 1), às 16h45
  • UNEB: Auditório da ADUNEB – Campus Salvador, às 16h40
  • UESC: CÉU (Térreo do Pav. Adonias Filho), às 9h
  • UESB: Auditório da ADUSB – Campus Vitória da Conquista, às 16h30

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