Mobilização nacional é urgente para vencer o crime organizado no Brasil; Contexto é desafio complexo e inadiável

O Brasil vive um dos momentos mais desafiadores de sua história recente, diante da escalada do crime organizado, que atinge múltiplos setores da sociedade. A atuação dessas facções criminosas afeta diretamente a segurança dos cidadãos e compromete o desenvolvimento econômico e social do país. Com uma estrutura cada vez mais sofisticada, essas organizações têm ampliado seu controle sobre atividades lícitas e ilícitas, gerando instabilidade e incerteza. Alerta em artigo enviado ao Jornal Grande Bahia nesta quarta-feira (25/08/2024) Fernando Valente Pimentel, diretor-superintendente e presidente emérito da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit).

O impacto vai além das questões de segurança física. O aumento da criminalidade está diretamente relacionado à retração de investimentos no Brasil, uma vez que o ambiente de insegurança desestimula o capital estrangeiro e nacional. Além disso, a criminalidade alimenta um êxodo de profissionais qualificados, que emigram em busca de oportunidades em locais onde a segurança é maior. Esse fenômeno gera uma perda significativa de capital humano, que prejudica ainda mais o progresso do país.

Infiltração do crime organizado em atividades lícitas

Um dos aspectos mais alarmantes do crescimento do crime organizado é a sua capacidade de infiltrar-se em atividades legais, incluindo setores econômicos vitais e a administração pública. Nos últimos anos, surgiram evidências de que facções criminosas têm controlado negócios e influenciado decisões políticas em áreas estratégicas. Exemplo disso são as recentes suspeitas de envolvimento de quadrilhas em incêndios no interior de São Paulo, o que reforça a ousadia e a amplitude de sua atuação.

Essas atividades ilícitas, que muitas vezes passam despercebidas ou são subestimadas, têm consequências profundas na economia. Além de desestruturar mercados, as práticas criminosas elevam os custos de operação para empresas e geram uma percepção de risco que afasta investimentos.

A necessidade de uma mobilização ampla da sociedade

Diante desse cenário, a mobilização da sociedade torna-se crucial para combater o crime organizado de forma eficaz. A questão transcende as ações isoladas das forças de segurança e exige a participação ativa de todos os setores da sociedade. A pressão pública sobre as autoridades – seja o Executivo, Legislativo ou Judiciário – é fundamental para que ações coordenadas sejam implementadas de maneira rápida e eficaz.

A conscientização coletiva sobre os impactos de longo prazo do crime organizado é essencial para que a população exija maior transparência e responsabilização nas ações do governo. Além disso, a colaboração cidadã com o Estado, tanto no monitoramento quanto na denúncia de atividades suspeitas, é um componente vital dessa luta.

O papel dos Três Poderes na solução do problema

O combate ao crime organizado depende de uma atuação coordenada entre os Três Poderes da República. O Executivo deve implementar políticas de segurança pública baseadas em dados e evidências, com foco na prevenção e na repressão qualificada. É necessário promover o fortalecimento das polícias, melhorar os sistemas de inteligência e adotar estratégias de combate à corrupção que alimenta essas facções.

No Legislativo, a atualização do arcabouço jurídico é imprescindível para enfrentar os novos desafios impostos pelo crime organizado. Isso inclui a revisão de leis que atualmente favorecem a impunidade, com penas desproporcionais à gravidade de determinados crimes, além de garantir maior rigidez em processos de libertação de criminosos perigosos.

O Judiciário, por sua vez, tem o papel fundamental de assegurar que as leis sejam aplicadas de forma célere e eficaz. A percepção de impunidade é um dos principais fatores que alimentam o ciclo criminoso. O Judiciário precisa atuar com eficiência para coibir o avanço das organizações criminosas e restaurar a confiança da população no sistema de justiça.

Iniciativas sociais e a importância da prevenção

Além das respostas institucionais, o apoio a iniciativas sociais é um dos principais meios para combater a criminalidade de forma sustentável. Projetos que ofereçam alternativas à marginalidade, especialmente em comunidades vulneráveis, são fundamentais para reduzir a atração que o crime organizado exerce sobre jovens em situação de risco.

O incentivo à educação, à profissionalização e à integração social são ferramentas eficazes na prevenção da criminalidade a longo prazo. A criação de políticas públicas que ofereçam oportunidades reais e acessíveis à população dessas áreas pode ser um passo decisivo para enfraquecer a base de recrutamento das facções criminosas.

A urgência da mobilização nacional

O combate ao crime organizado não pode ser adiado. A mobilização nacional deve ser imediata e abrangente, com a união de esforços entre sociedade civil e governo. O futuro do Brasil está diretamente relacionado à capacidade de superação dessa ameaça crescente. Apenas com uma frente unida será possível reverter o quadro atual e garantir um futuro mais seguro e próspero para as próximas gerações.

Cada cidadão tem um papel crucial nesse processo, seja por meio da cobrança às autoridades ou da promoção de valores éticos em sua comunidade. O Brasil possui os recursos necessários para vencer essa batalha, mas é imperativo que a vontade popular seja traduzida em ações concretas e sustentáveis.

Leia +

É urgente mobilização nacional para vencer o crime organizado | Por Fernando Valente Pimentel


Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe to get the latest posts sent to your email.

Facebook
Threads
WhatsApp
Twitter
LinkedIn

Deixe um comentário

Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading

Privacidade e Cookies: O Jornal Grande Bahia usa cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com o uso deles. Para saber mais, inclusive sobre como controlar os cookies, consulte: Política de Cookies.