Neste sábado (28/09/2024), o Exército de Israel anunciou a morte de Sayyed Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah, como resultado de bombardeios realizados ao sul de Beirute, no Líbano. O porta-voz militar israelense, tenente-coronel Nadav Shoshani, confirmou a informação em uma rede social, reiterando a declaração oficial das Forças de Defesa de Israel (FDI). De acordo com as FDI, além de Nasrallah, outros altos comandantes do Hezbollah também foram mortos durante um ataque aéreo direcionado ao quartel-general da organização, localizado em Dahiyeh, uma área densamente povoada da capital libanesa.
O bombardeio ocorreu na noite de sexta-feira (27), após as FDI alegarem que o Hezbollah estava planejando ataques em comunidades israelenses, seguindo o exemplo das ações do grupo palestino Hamas, que realizou uma ofensiva semelhante em outubro do ano passado. O Hezbollah, tradicional aliado do Hamas e apoiado pelo Irã, não emitiu até o momento um comunicado oficial sobre a morte de seu líder.
A operação em Dahiyeh integra uma série de ataques intensificados de Israel ao Líbano, que desde o início da semana já resultaram em mais de 700 mortes, segundo autoridades locais. Os bombardeios, descritos como os mais violentos desde o conflito de 2006 entre Israel e o Hezbollah, destruíram dezenas de edifícios residenciais na região. Em retaliação, o Hezbollah lançou foguetes contra o norte de Israel, atingindo um kibutz e alvos militares.
Hassan Nasrallah, que liderava o Hezbollah desde 1992, era uma figura emblemática no cenário político e militar do Líbano. Reconhecido por sua liderança rígida e pelo papel central na transformação do Hezbollah em uma força política relevante no país, Nasrallah vivia escondido e raramente aparecia em público, sendo alvo constante de operações israelenses. Seu falecimento representa uma virada significativa no contexto do conflito regional, que já dura décadas.
Fuga em massa do Líbano
Ao mesmo tempo, o cenário humanitário no Líbano agrava-se rapidamente. Nos últimos três dias, mais de 30 mil pessoas, a maioria de nacionalidade síria, atravessaram a fronteira em direção à Síria, fugindo dos bombardeios. A Agência das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) relatou que a situação nas zonas fronteiriças é crítica, com milhares de pessoas aguardando por horas para cruzar, muitas delas sem acesso imediato a alimentos ou abrigo. Entre os refugiados, mais da metade são crianças e mulheres. O chefe da Acnur, Filippo Grandi, alertou para as implicações de mais uma crise de refugiados no Oriente Médio, destacando a necessidade urgente de assistência internacional.
A ofensiva de Israel no Líbano tem gerado repercussões internacionais. O Irã condenou os ataques, acusando Israel de cometer “crimes de guerra” e pedindo “retaliação imediata”. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, em discurso na Assembleia Geral da ONU, defendeu a operação, afirmando que Israel está agindo em legítima defesa contra o que chamou de “inimigos comuns” do Ocidente e do Estado judeu, referindo-se ao Hezbollah e ao Irã.
*Com informações do DW.
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