As eleições municipais de 2024 no Brasil têm atraído a atenção do público não apenas pela dinâmica política, mas também pela criatividade dos candidatos em suas escolhas de nomes. Exemplares como Solteiro, Bola de Fogo Zero Meia Dois, 100 Mizéria e Capitão América de Paula ilustram a originalidade que permeia o cenário eleitoral. Na Bahia, o município de Santa Maria da Vitória elegeu Tonho de Zé de Agdônio (UNIÃO), que obteve 66,53% dos votos válidos, para liderar a cidade pelos próximos quatro anos.
O fenômeno dos nomes inusitados entre os candidatos levanta questionamentos sobre suas motivações. O cientista político da Universidade de Brasília (UnB), Murilo Medeiros, aponta que o sistema político-eleitoral brasileiro tende a favorecer o personalismo. Segundo ele, as campanhas são frequentemente pautadas não por projetos ou propostas, mas pela popularização dos nomes e características pessoais dos candidatos. Isso resulta no surgimento de apelidos e nomes excêntricos nas urnas.
Medeiros observa que o uso de apelidos reforça a conexão entre o candidato e a comunidade local, criando um senso de identidade e confiança.
“O apelido serve como uma marca, que possibilita o reconhecimento e a aproximação com os eleitores. Nomes inusitados também têm o potencial de diferenciar os candidatos de seus concorrentes na disputa eleitoral”, destaca o especialista.
Entretanto, o cientista político adverte que, embora a escolha de nomes chamativos possa contribuir para a popularidade do candidato, não garante o sucesso nas urnas.
“Nomes inusitados podem chamar a atenção, mas isso não se traduz necessariamente em votos”, ressalta Medeiros.
Entre os outros candidatos que optaram por nomes criativos nas eleições de 2024, destacam-se A Dama (União-BA), A Loira do Salão (PL-RR), Amada (Agir-CE), Aonde É (Agir-CE), Beijoca do Bahia (Republicanos-BA), Beto Salva Cão (PP-RS), Bicudo (PODE-PI), Diovana Dona da Balada (Mobiliza-PR), Engraxate das Estrelas (União-AC), Foguinho da Bahia (DC-BA), Forró (Solidariedade-SP), Gato Velho (PL-RR), Mago Véi (PRD-CE), Marcos Bom de Bola (PSD-MS), Mulher Leal (Avante-MA), Soneca Paredão (União-BA) e Zé Gotinha da Floresta (Avante-AM).
O primeiro turno das eleições municipais ocorreu em 6 de outubro. Mais de 137 milhões de eleitores participaram da escolha de novos prefeitos e vereadores em mais de 5 mil municípios brasileiros. A abstenção foi de 21,96%, enquanto os votos em branco representaram 2,91% e os nulos alcançaram 4,33% do total.
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