Nesta terça-feira (01/10/2024), o Irã realizou um ataque coordenado contra Israel, lançando pelo menos 180 mísseis balísticos. O ataque, considerado um dos maiores em termos de volume, teve como alvo instalações militares estratégicas de Israel, incluindo a base aérea de Nevatim, situada no deserto de Negev. As Forças de Defesa de Israel (FDI) confirmaram a ofensiva e ativaram imediatamente seu sistema de defesa aérea, com o disparo de mísseis interceptores.
Segundo fontes iranianas, 80% dos projéteis atingiram seus alvos, embora as FDI não tenham divulgado um número oficial de impactos. A imprensa israelense relatou que várias explosões foram ouvidas em Tel Aviv, aumentando a apreensão da população. Sirenes de alerta soaram em diversas cidades, enquanto a população foi instruída a buscar abrigo em espaços protegidos.
O Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica (IRGC), responsável pelo lançamento dos mísseis, afirmou que a operação foi realizada com o aval do Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã. O grupo declarou que o ataque era uma resposta direta à morte de Hassan Nasrallah, secretário-geral do Hezbollah, morto por forças israelenses dias antes, em um bombardeio aéreo nos subúrbios de Beirute.
Retaliação Iraniana e Justificativa Diplomática
Em resposta ao ataque israelense que vitimou Nasrallah, o governo iraniano caracterizou a ofensiva como uma “resposta legal e proporcional aos atos terroristas do regime sionista”. Em comunicado oficial, a missão diplomática iraniana nas Nações Unidas reiterou que o lançamento dos mísseis foi uma medida defensiva contra o que classificou como repetidas violações da soberania nacional do Irã e ataques a interesses iranianos no exterior.
O Irã também advertiu que, caso Israel retaliasse o ataque com mais ações militares, enfrentaria “pesados ataques” adicionais. O Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica reafirmou sua disposição para continuar a ofensiva se provocada, indicando que novos alvos militares israelenses poderiam ser atingidos em futuras operações.
Tensão Regional e Implicações Internacionais
A ofensiva iraniana e a resposta israelense rapidamente provocaram uma escalada nas tensões regionais. Após o início do ataque, Israel, Jordânia e Iraque decidiram fechar temporariamente seus espaços aéreos, temendo que o conflito pudesse se expandir para além das fronteiras israelenses. Autoridades da Jordânia e do Iraque justificaram o fechamento como uma medida de precaução para garantir a segurança da navegação aérea na região.
Ao mesmo tempo, grupos armados no Iraque advertiram que atacariam bases americanas no país caso os Estados Unidos se unissem a qualquer resposta militar israelense ou permitissem que Israel usasse o espaço aéreo iraquiano para atacar o Irã. Essa ameaça aumentou a possibilidade de o conflito adquirir uma dimensão mais ampla, envolvendo atores externos e exacerbando ainda mais as tensões no Oriente Médio.
Os Estados Unidos, por sua vez, prometeram apoio incondicional a Israel. Em um comunicado, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, Sean Savett, afirmou que o presidente Joe Biden ordenou que as forças militares americanas na região estivessem de prontidão para auxiliar na defesa de Israel. Segundo a declaração, os EUA se comprometeram a apoiar a interceptação de mísseis e a garantir a segurança dos cidadãos israelenses.
Israel Promete Retaliação
Apesar dos danos provocados pelos mísseis iranianos, Israel manteve uma postura de prontidão e alertou que o ataque não ficaria sem resposta. O porta-voz das FDI, contra-almirante Daniel Hagari, afirmou que Israel estava em “alerta máximo” e que as forças israelenses agiriam no momento e local de sua escolha para retaliar o ataque iraniano. Embora Hagari tenha evitado fornecer detalhes sobre as possíveis ações futuras de Israel, ele ressaltou que a ofensiva iraniana foi uma das maiores já enfrentadas pelo país e que “as consequências serão sérias”.
O porta-voz também reconheceu que Israel está enfrentando múltiplas frentes de conflito, mencionando a escalada contínua com grupos militantes no Líbano e no Iêmen. Na mesma semana, Israel havia realizado ataques aéreos contra posições houthis no Iêmen, como parte de sua campanha militar em resposta ao lançamento de mísseis por esses grupos contra o território israelense.
Contexto do Conflito e Perspectivas Futuras
O ataque iraniano e as subsequentes promessas de retaliação israelense marcam um novo capítulo nas hostilidades prolongadas entre os dois países. As tensões entre Israel e o Irã vêm crescendo ao longo dos anos, com ambos os lados se envolvendo em operações militares diretas e indiretas em diversas frentes do Oriente Médio. A morte de Nasrallah e a subsequente ofensiva iraniana adicionam mais um elemento de imprevisibilidade a um cenário regional já instável.
A comunidade internacional acompanha com apreensão os desdobramentos dessa crise. Enquanto Israel planeja sua resposta, o risco de uma escalada mais ampla, envolvendo outros atores regionais e potências globais, permanece elevado. O apoio americano a Israel e as ameaças de grupos armados no Iraque sugerem que qualquer retaliação israelense pode desencadear uma reação em cadeia, afetando a estabilidade de toda a região.
*Com informações da Sputnik e da RFI.
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