Relatório da ONU indica necessidade de redução de 42% nas emissões de gases de efeito estufa até 2030

O Relatório sobre a Lacuna de Emissões 2024 destaca a urgência de ações imediatas e coordenadas para fechar a lacuna de emissões e alcançar as metas climáticas estabelecidas. O compromisso global, especialmente por parte dos países mais emissores, é crucial para garantir um futuro sustentável e evitar consequências devastadoras do aquecimento global.
O aumento das emissões de gases de efeito estufa chegou a 57,1 gigatonadas de CO₂ equivalente em 2023, exigindo ações imediatas para evitar um aquecimento global catastrófico. Foto: Áreas de pastagem derivadas de desmatamento ilegal na Floresta Nacional do Jamanxim, no Pará.

Na quinta-feira (24/10/2024) o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) publicou o Relatório sobre a Lacuna de Emissões 2024, que adverte sobre a iminente crise climática resultante do aumento das emissões de gases de efeito estufa. O documento destaca a necessidade urgente de ações globais para evitar um aumento catastrófico da temperatura global, que pode alcançar até 3,1°C se as políticas atuais não forem aprimoradas.

A Necessidade de Redução das Emissões

O relatório estabelece que, para alcançar a meta de limitar o aquecimento global a 1,5°C, as nações devem se comprometer a reduzir 42% das emissões anuais de gases de efeito estufa até 2030 e 57% até 2035. Atingir essas metas requer mobilização global imediata, especialmente com a liderança do G20, grupo que reúne as maiores economias do mundo.

O Estado Atual das Emissões

Os dados apresentados no relatório são alarmantes. As emissões de gases de efeito estufa atingiram um recorde histórico de 57,1 gigatonadas de CO₂ equivalente em 2023. Essa cifra representa um aumento em relação aos anos anteriores e evidencia a necessidade de ações corretivas. O relatório também menciona que, mesmo que os compromissos atuais para 2030 sejam cumpridos, o aumento da temperatura ainda estaria previsto entre 2,6°C e 2,8°C.

Impactos das Emissões em Níveis Elevados

O relatório discute os impactos devastadores que um aumento de temperatura pode causar ao planeta, incluindo:

  • Desastres Climáticos: Aumento na frequência e intensidade de desastres, como furacões, inundações e secas extremas.
  • Efeitos Sociais e Econômicos: A elevação das temperaturas pode resultar em perdas econômicas significativas, principalmente para os países mais vulneráveis.
  • Biodiversidade: O aquecimento global ameaça a biodiversidade, com extinções em massa previstas se as emissões continuarem em níveis elevados.

A Necessidade de Novas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs)

O PNUMA enfatiza que a incapacidade de aumentar a ambição das novas NDCs, bem como o não cumprimento dessas metas, resultará em um caminho de aquecimento global que ultrapassará os 2°C. As NDCs devem ser apresentadas no início do próximo ano, antes das negociações climáticas da COP30, que ocorrerão no Brasil. Para limitar o aquecimento a menos de 2°C, é necessário reduzir as emissões em 28% até 2030 e 37% até 2035, em comparação aos níveis de 2019.

Potencial de Redução de Emissões

O relatório apresenta uma perspectiva técnica otimista, sugerindo que é possível atingir cortes significativos nas emissões. Estima-se que até 31 gigatoneladas de CO₂ equivalente poderiam ser reduzidas até 2030, com a transição para tecnologias de energia renovável e práticas de eficiência energética. Medidas climáticas voltadas para a conservação das florestas também podem contribuir para essa redução, representando cerca de 20% do potencial de cortes em ambos os anos.

Mobilização Internacional e Financiamento

Para que as metas sejam atingidas, é fundamental um aumento significativo no investimento em mitigação. O relatório sugere que o investimento necessário para alcançar emissões líquidas zero varia entre US$ 0,9 e 2,1 trilhões por ano, entre 2021 e 2050. Esses investimentos não apenas contribuirão para a mitigação das mudanças climáticas, mas também gerarão retornos econômicos significativos, reduzindo custos relacionados a desastres naturais, poluição e saúde pública.

O Papel do G20

Os membros do G20, responsáveis por 77% das emissões globais, precisam assumir um papel de liderança na implementação de NDCs mais ambiciosas. É imperativo que esses países aumentem a ação e a ambição em suas promessas climáticas. O relatório destaca a necessidade de um apoio internacional mais forte e um financiamento climático aprimorado para garantir que as metas climáticas sejam alcançadas de maneira justa entre os membros do G20 e globalmente.

Principais Dados das Emissões de Gases de Efeito Estufa

  • Emissões de 2023: 57,1 gigatonadas de CO₂ equivalente
  • Meta para 2030: Redução de 42% nas emissões
  • Meta para 2035: Redução de 57% nas emissões
  • Cenário sem ação: Aumento da temperatura entre 2,6°C e 3,1°C

Potencial de Redução

  • Redução possível até 2030: Até 31 gigatonadas de CO₂ equivalente
  • Contribuição das energias renováveis: 27% do potencial total de redução até 2030

Investimento Necessário

  • Investimento anual estimado para mitigação: US$ 0,9 a 2,1 trilhões até 2050

Papel do G20

  • Emissões do G20: 77% das emissões globais
  • Importância da ação: Líderes do G20 devem aumentar a ambição e ação nas promessas climáticas.

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