Violência em Salvador é discutida na Câmara Municipal em sessão marcada por críticas e defesa de políticas públicas; Retirada de recursos do IGHB entra em discussão

A violência crescente em Salvador e na Bahia voltou a ser tema central de debate na Câmara Municipal de Salvador durante a 52ª Sessão Ordinária da 4ª Sessão Legislativa da 19ª Legislatura, realizada nesta quarta-feira (23/10/2024). A sessão, conduzida pelo presidente da Casa, vereador Carlos Muniz (PSDB), foi marcada por posicionamentos divergentes entre os parlamentares, com críticas e defesa das políticas de segurança pública adotadas pelos governos municipal e estadual.

O vereador Duda Sanches (União) iniciou as discussões afirmando que a cidade vive “momentos críticos” em função da insegurança e responsabilizou o governador Jerônimo Rodrigues pela crise da violência na Bahia. Em sua fala, Duda ressaltou que “a Bahia vive o pior momento de sua história” e cobrou medidas mais eficazes do governo estadual.

Na mesma linha, o vereador Alexandre Aleluia (PL) reforçou as críticas ao governo estadual, afirmando que “o crime está enraizado na Bahia”. Ele comparou os índices de criminalidade do estado com os de outras unidades federativas, mencionando que a Bahia “só perde para o Amapá” em indicadores de violência. Aleluia baseou sua fala em uma recente entrevista concedida pelo governador Jerônimo Rodrigues a uma emissora de rádio da capital.

A vereadora Débora Santana (PDT), ao participar do debate, lamentou a morte de um jovem recentemente assassinado em Salvador, descrevendo o episódio como mais um exemplo da escalada da violência que afeta a cidade. Ela afirmou que conhecia o jovem e, dias antes de sua morte, havia orado com ele.

“Não podemos fechar os olhos para o que está acontecendo em Salvador e na Bahia”, concluiu.

Politização do debate

Os vereadores Marta Rodrigues (PT) e Sílvio Humberto (PSB) adotaram um tom diferente, destacando que o combate à violência deve ser tratado de forma conjunta entre os governos municipal, estadual e federal. Marta defendeu a atuação do governador Jerônimo Rodrigues, questionando o excesso de críticas direcionadas ao governo estadual. Sílvio Humberto ressaltou que é necessário considerar os fatores sociais que influenciam o aumento da criminalidade, como a desigualdade e a falta de oportunidades.

Marta Rodrigues também trouxe à tona outra questão relevante para o município: a devolução do Projeto de Lei nº 130/2024, que autoriza o Executivo Municipal a contratar um empréstimo de até R$ 350 milhões junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com garantia da União. Ela questionou a retirada do projeto de pauta pelo prefeito, sugerindo que a medida teria sido motivada por questões ligadas à Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Segundo Marta, o prefeito teria recuado devido ao risco de aumento das despesas municipais.

Recursos para o IGHB

No âmbito das críticas ao governo estadual, o vereador Claudio Tinoco (União) manifestou descontentamento com a retirada de recursos destinados ao Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB), uma das mais tradicionais instituições culturais do estado. Para Tinoco, a medida reflete a falta de compromisso do governo estadual com a preservação do patrimônio histórico e cultural. Ele anunciou que apresentará uma indicação para que os recursos destinados ao IGHB sejam restabelecidos.

O debate na Câmara Municipal de Salvador reflete as tensões em torno da gestão da segurança pública e de outras políticas que impactam diretamente a vida dos cidadãos. Com a violência crescente na capital baiana, o tema deverá continuar no centro das discussões nas próximas sessões legislativas.

Segurança pública em Salvador foi debatida na segunda-feira

Na sessão da Câmara Municipal de Salvador (CMS), desta segunda-feira (21/10/2024), a segurança pública da Bahia  também foi o tema central, refletindo a divergências entre vereadores alinhados ao prefeito Bruno Reis (União Brasil) e ao governador Jerônimo Rodrigues (PT), refletindo já um “esquente” para as eleições de 2026.

  • Roberta Caires (PDT) – Aliada do prefeito, iniciou o debate criticando a prisão do soldado da Polícia Militar Diego Santana Corrêa, apontando instabilidade tanto nas comunidades quanto dentro da própria corporação policial. Ela culpou o governo estadual pela situação, sugerindo falta de suporte à segurança.
  • Augusto Vasconcelos (PCdoB) – Em oposição, rebateu as críticas, destacando a ausência de um Plano Municipal de Segurança por parte da Prefeitura e apontando uma redução no orçamento de segurança para Salvador. Ele defendeu que a administração municipal poderia colaborar mais, mencionando melhorias em iluminação pública, educação e cultura como áreas cruciais para a segurança.
  • Cris Correia (PSDB) – Defendeu o prefeito, afirmando que Bruno Reis está disposto a colaborar com o governo estadual para desenvolver ações de segurança.
  • Arnando Lessa (PT) – Também da oposição, afirmou que o debate levantado pelos vereadores antecipa a campanha eleitoral de 2026, na qual o governador Jerônimo Rodrigues deverá buscar reeleição. Ele enfatizou que a pauta de segurança estará em foco no futuro debate político.


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