A Bahia, com sua matriz elétrica composta por 95% de fontes renováveis, ocupa uma posição estratégica no cenário nacional e internacional de desenvolvimento econômico sustentável. O estado, reconhecido por sua vocação para a produção de energias limpas, tem se consolidado como um ponto central nas discussões sobre transição energética. Em mais um passo para reforçar essa liderança, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE) do Estado da Bahia organizou o workshop “Finanças Sustentáveis para Transição Energética”, reunindo nesta terça-feira (27/11/2024) importantes entidades como o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o Consórcio Nordeste e a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB).
O evento teve como objetivo discutir o papel das finanças sustentáveis na transição para uma economia de baixo carbono e suas implicações para a Bahia e o Nordeste. Carlos Salgado, especialista regional de Energia do PNUD para a América Latina e o Caribe, foi o palestrante principal. O PNUD, um dos principais órgãos da ONU focados no desenvolvimento, compartilhou sua experiência na criação de plataformas de investimento e inovação financeira, essenciais para viabilizar a transição energética em países em desenvolvimento como o Brasil.
Salgado destacou o aumento global nos investimentos em energias renováveis, que já superam os investimentos em combustíveis fósseis. Ele afirmou que o foco em fontes renováveis não se restringe apenas ao impacto ambiental, mas também se reflete em benefícios sociais.
“Os investimentos em energia renovável estão concentrados em poucas regiões do mundo, como a China e os países do Norte, com apenas 10% destinados a países em desenvolvimento. Precisamos explorar instrumentos financeiros inovadores que possam reduzir riscos e alavancar investimentos na América Latina”, afirmou o especialista.
O secretário da SDE, Angelo Almeida, que também coordena a Câmara Temática de Desenvolvimento Econômico do Consórcio Nordeste, ressaltou que a Bahia e o Nordeste estão desempenhando um papel importante na mitigação das mudanças climáticas.
“A Bahia é o local ideal para a produção de hidrogênio verde, dada a nossa capacidade de gerar energia limpa e de baixo custo. A transição energética traz oportunidades significativas, não apenas para o setor energético, mas para a sociedade como um todo”, explicou.
Roberto Fiamenghi, vice-presidente da FIEB e executivo do Grupo Unigel, destacou a relevância do workshop para os industriais baianos.
“Foi uma oportunidade de entender como a transição energética pode ser financiada e estruturada de forma eficaz. O evento revelou um plano bem elaborado, que certamente contará com o apoio da nossa comunidade empresarial”, afirmou.
Ailton Cardoso Junior, procurador do Estado da Bahia e coordenador da cooperação PGE/Bahia e Consórcio do Nordeste, enfatizou a importância de uma governança integrada, que envolva instituições públicas e privadas, além de garantir segurança jurídica e projetos de qualidade. Segundo ele, a Bahia e o Nordeste têm muito a ensinar no processo de transformação ecológica, especialmente por meio do conhecimento adquirido nas comunidades locais e nas tradições ancestrais.
Por fim, Glauber Piva, chefe de gabinete do Consórcio Nordeste, destacou a importância de construir uma rede colaborativa entre os diversos atores envolvidos na transição energética.
“O Consórcio já está estruturando uma plataforma de investimentos, que visa viabilizar a implementação de projetos de sustentabilidade. A Bahia se destaca como uma líder na geração de energia renovável e na articulação de políticas públicas para o desenvolvimento econômico”, concluiu.
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