Deputados debatem relatório da PF sobre envolvimento de Jair Bolsonaro em plano de golpe de Estado

A Polícia Federal (PF) apresentou relatório final que aponta o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como participante de um plano de golpe de Estado e conhecedor de uma trama para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O relatório, com mais de 800 páginas, teve o sigilo retirado pelo ministro Moraes nesta terça-feira (26/11/2024). Bolsonaro nega as acusações.

O documento também indiciou 37 pessoas por crimes relacionados à abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa e tentativa de golpe de Estado.

Posicionamentos de parlamentares governistas

O deputado Bohn Gass (PT-RS) classificou o plano como o “mais hediondo” da história recente do Brasil, destacando que os recursos para a suposta ação vieram de verbas públicas. “O relatório da PF revela detalhes minuciosos, com tocaias e armas listadas”, afirmou.

A deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR) reforçou o envolvimento de Bolsonaro. “Bolsonaro sabia e foi o mentor desse plano. É evidente que não se trata de uma acusação vazia”, declarou. A deputada Maria do Rosário (PT-RS) ressaltou que não se deve cogitar anistia para ações contra a democracia, referindo-se ao Projeto de Lei 2858/22, que prevê perdão aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023.

O deputado Pastor Henrique Vieira (Psol-RJ), vice-líder do governo, afirmou que a Câmara não pode apoiar uma anistia que, segundo ele, enfraqueceria a democracia. “A PF está confirmando tentativas graves contra o Estado Democrático”, comentou. Já Chico Alencar (Psol-RJ) classificou o relatório como “histórico” e mencionou o envolvimento de militares e civis no plano.

Reações da oposição

Parlamentares da oposição criticaram o relatório, classificando-o como infundado. O deputado Capitão Alberto Neto (PL-AM) afirmou que o documento é uma “cortina de fumaça” para desviar a atenção de medidas impopulares do governo federal. “Não há lógica em algumas acusações, como a de um padre conspirando contra a República”, ironizou.

Carlos Jordy (PL-RJ) classificou o relatório como uma “tentativa de golpe fake”. Luiz Lima (PL-RJ) sugeriu que as acusações equivalem a criminalizar pensamentos, enquanto David Soares (União-SP) questionou a imparcialidade do STF.

“Não é possível que o julgador seja também vítima e acusador”, declarou.


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