Entenda a Aliança das Civilizações da ONU e sua relevância

A Aliança das Civilizações da ONU, instituída em 2005 pelo então secretário-geral Kofi Annan, tem como princípio fundamental a promoção do pluralismo cultural, da diversidade religiosa e do respeito mútuo entre os povos. Com o lema “Muitas culturas, uma humanidade”, a iniciativa tem sido essencial ao longo dos anos para reunir diferentes vozes e culturas em torno do objetivo de criar um mundo mais pacífico e inclusivo.

O 10º Fórum Global da Aliança das Civilizações das Nações Unidas, realizado entre os dias 25 e 27 de novembro de 2024, em Cascais, Portugal, com o tema “Unidos na Paz: Restaurando Confiança, Remodelando o Futuro”, reuniu milhares de representantes de mais de 130 países, discutindo soluções para a paz e para o desenvolvimento sustentável. Além de ser um ponto de encontro entre governos, organizações internacionais e representantes da sociedade civil, o Fórum também inclui atividades paralelas que envolvem a juventude, como o Youth Video Festival, e iniciativas inovadoras na área cultural, promovendo o uso da arte e do esporte como ferramentas para a mudança social.

O evento de três dias é uma oportunidade para discutir desafios globais, como a crescente polarização, os conflitos internacionais e as ameaças à segurança, incluindo questões emergentes como o impacto da inteligência artificial e as implicações sociais dos novos meios tecnológicos. Segundo o secretário-geral da ONU, António Guterres, a Aliança não é apenas uma iniciativa para promover o bem-estar, mas um esforço crucial para garantir a paz, a segurança e o desenvolvimento sustentável.

Além de discussões sobre os desafios atuais, o Fórum também oferece uma plataforma para a troca de experiências entre participantes de diferentes partes do mundo. No segundo dia, a Declaração de Cascais será votada, refletindo um compromisso com ações práticas para o futuro. A cerimônia de premiação de projetos inovadores, que celebra iniciativas de inclusão social, igualdade de gênero e diversidade cultural, será um dos destaques do evento.

Uma das áreas em que a Aliança tem se destacado é a promoção do diálogo inter-religioso. Durante o Fórum, será destacada a contribuição da música como ferramenta de união, exemplificada pelo trabalho da West-Eastern Divan Ensemble, uma orquestra formada por músicos de Israel e Palestina. Criada pelo maestro israelense Daniel Barenboim e pelo acadêmico palestino Edward Said, a orquestra simboliza a capacidade da música de reunir pessoas de diferentes origens e promover a paz.

Declaração de Cascais

Em 26 de novembro de 2024, o 10º Fórum Global da Aliança das Civilizações da ONU, realizado em Cascais, Portugal, culminou na adoção da Declaração de Cascais, um documento que delineia 25 ações concretas em prol da paz, diálogo e cooperação internacional. O evento reuniu líderes globais, incluindo o secretário-geral António Guterres e o presidente português Marcelo Rebelo de Sousa, em um apelo unificado para enfrentar os desafios de um mundo marcado por conflitos, intolerância e desigualdades.

Principais Pilares e Ações

• Reconstrução da Confiança: Guterres destacou quatro áreas prioritárias — comunidades, internet, culturas e instituições — como bases para fortalecer a convivência global.
• Uso de Tecnologias Inovadoras: A inteligência artificial foi apontada como ferramenta estratégica para promover diálogo intercultural, combater desinformação e mitigar discursos de ódio.
• Educação e Direitos Humanos: A declaração enfatiza a relevância da educação inclusiva, do respeito aos direitos humanos e do papel das mulheres e líderes religiosos na mediação de conflitos e promoção da paz.
• Migração e Sustentabilidade: Reconhece o impacto positivo de migrações seguras e ordenadas, alinhadas ao desenvolvimento sustentável e à proteção da dignidade humana.

Contexto e Urgência

O fórum abordou crises humanitárias em Gaza, Líbano, Sudão e Ucrânia, alertando para a escalada de violência, racismo, xenofobia e nacionalismo. O evento reforçou a necessidade de respeitar a Carta da ONU e o direito internacional como pilares para resolver conflitos e reconstruir confiança no sistema multilateral.

Destaques do Fórum

Além da adoção da declaração, o encontro incluiu:

• Atividades Culturais e Educativas: Um festival de cinema, painéis de debate e um fórum para jovens que discutiram soluções inovadoras para desafios globais.
• Reconhecimento de Lideranças: Marcelo Rebelo de Sousa alertou para os perigos do egoísmo e isolacionismo, enfatizando a urgência de ações globais conjuntas.

Próximos Passos

O fórum reforçou o compromisso com um multilateralismo renovado e uma cultura de paz, com a próxima edição já marcada para a Arábia Saudita, consolidando a Aliança das Civilizações como uma plataforma essencial para a convivência global.

Análise e Ajustes

• Repetições Eliminadas: O texto anterior repetia informações sobre os desafios globais e o papel da inteligência artificial. Esses elementos foram reorganizados e resumidos.
• Coerência e Fluxo: Os dados foram categorizados, melhorando a clareza e apresentando os principais pontos de forma estruturada.
• Ênfase: Destacou-se o impacto estratégico da Declaração de Cascais como legado do evento, conectando as ações ao cenário global e aos próximos passos.

1. Contexto e Propósitos

• Cenário Global: Conflitos em Gaza, Ucrânia, Líbano e Sudão; aumento da violência, antissemitismo e nacionalismo.
• Mensagem Central: Necessidade urgente de paz e reconstrução da confiança em tempos difíceis, conforme destacado pelo secretário-geral da ONU, António Guterres.
• Participação Global: Líderes mundiais, jovens, acadêmicos, religiosos e representantes de diversos setores.

2. Destaques da Declaração de Cascais

• Tecnologia e Inteligência Artificial: Uso da IA para promover diálogo intercultural e inter-religioso e combater discurso de ódio e desinformação.
• Educação Inclusiva: Reconhecida como fundamental para a promoção de paz, direitos humanos e diálogo.
• Direitos Humanos e Sustentabilidade: Compromisso com o desenvolvimento sustentável e combate a todas as formas de intolerância religiosa.
• Migração Segura: Reconhecimento do impacto positivo de uma migração ordenada nos países de origem e destino.
• Papel das Mulheres: Incentivo à participação feminina como mediadoras e negociadoras de paz.
• Líderes Religiosos: Envolvimento ativo em mediação de conflitos e promoção de cooperação para o desenvolvimento.

3. Atividades e Eventos Paralelos

• Fórum para Jovens: Espaço de participação para jovens líderes promoverem diálogo e inovação.
• Festival de Cinema e Celebrações Culturais: Fomento ao intercâmbio cultural e diversidade.
• Painéis e Debates: Discussões sobre desafios globais e soluções inovadoras.
• Centro de Inovação Intercultural: Celebração de iniciativas que promovem diversidade e inclusão.

4. Declaração de Compromissos

• Pacto para o Futuro: Reforço de um multilateralismo revigorado para enfrentar desafios globais.
• Combate ao Egoísmo e Isolacionismo: Enfatizado pelo presidente português Marcelo Rebelo de Sousa.
• Promoção da Cultura de Paz: Papel central atribuído a líderes religiosos e organizações na construção de um mundo mais inclusivo.

5. Participação de Destaque

• António Guterres: Apelo por vozes e ações em todos os níveis, enfatizando o papel dos jovens e da tecnologia.
• Marcelo Rebelo de Sousa: Alerta sobre o impacto do egoísmo, arrogância e intolerância nas sociedades contemporâneas.
• Líderes Internacionais: Presença de chefes de Estado, como o rei da Espanha Felipe VI, e de representantes de organizações globais.

6. Próximos Passos

• Próximo Fórum: 11º Fórum Global ocorrerá na Arábia Saudita, dando continuidade às ações propostas.

A Declaração de Cascais reafirma o compromisso global com a paz, sustentabilidade, inclusão e diálogo intercultural, incorporando ferramentas modernas, como a inteligência artificial, e promovendo valores de respeito e cooperação em um cenário global desafiador. O evento consolida a Aliança das Civilizações como uma plataforma essencial para enfrentar divisões e fortalecer a convivência entre povos e culturas.

*Com informações da ONU News.