Expansão de Favelas na Bahia em 2022: Feira de Santana registra 49 locais, enquanto Salvador lidera em áreas e população

Feira de Santana entre os municípios com maior concentração de áreas urbanas de baixa renda, enquanto Salvador lidera com três quartos da população residente em comunidades e favelas.
Feira de Santana entre os municípios com maior concentração de áreas urbanas de baixa renda, enquanto Salvador lidera com três quartos da população residente em comunidades e favelas.

O Censo Demográfico de 2022 revelou que a Bahia abriga 572 favelas e comunidades urbanas, o que corresponde ao oitavo maior contingente de áreas desse tipo entre os estados brasileiros. A expansão significativa no número e na distribuição dessas comunidades é notável, pois, em 2010, eram identificadas 280 favelas no estado. Esse aumento, embora expressivo, foi acompanhado por um avanço tecnológico e metodológico nas pesquisas, permitindo ao IBGE mapear com mais precisão as áreas populares autônomas de baixa renda.

Salvador concentra quase metade (45,8%) das favelas baianas, sendo o município com maior número absoluto de áreas desse tipo no estado, totalizando 262 favelas. Feira de Santana, com 49 áreas identificadas, aparece logo em seguida, seguida por Camaçari (47) e Lauro de Freitas (35). Essas cidades, incluindo a capital, estão entre as mais populosas da Bahia e se destacam pelo rápido crescimento urbano, que frequentemente carece de infraestrutura adequada, impulsionando a formação dessas comunidades.

População Residente nas Favelas

O Censo apontou que 1.370.262 pessoas residem em favelas e comunidades urbanas na Bahia, o que representa 9,7% da população do estado. Em Salvador, essa proporção é ainda mais significativa: aproximadamente 42,7% dos habitantes da capital vivem em favelas, totalizando 1.033.258 pessoas, o que posiciona Salvador como a terceira capital com maior proporção de residentes em áreas de favela no Brasil. No município, as maiores concentrações de pessoas em favelas estão nas regiões de Beiru/Tancredo Neves, com 38.871 moradores, e Pernambués, com 35.110 habitantes.

Na Bahia, depois de Salvador, Ilhéus (64.364 pessoas), Camaçari (54.664) e Feira de Santana (44.699) destacam-se com as maiores populações em favelas. Proporcionalmente, Salvador e Ilhéus lideram entre as cidades baianas, com 42,7% e 36% de sua população vivendo em favelas, respectivamente.

Perfis Populacionais

A população que reside em favelas na Bahia é majoritariamente feminina, com 53,4% de mulheres, e apresenta maior proporção de pessoas pretas (39,2%) em comparação com a média geral do estado. Em Salvador, essa participação feminina e preta é ainda mais alta, com 53,9% de mulheres e 42,2% de pessoas pretas entre os residentes em favelas. No entanto, a longevidade nesses territórios é menor: apenas 12,7% dos moradores das favelas são idosos (acima de 60 anos), em comparação com 15,3% da população em geral na Bahia.

Infraestrutura e Saneamento

Curiosamente, moradores de favelas baianas apresentam melhores índices de acesso aos serviços básicos de saneamento em comparação com a população geral do estado. Em 2022, 98,1% dos habitantes dessas áreas tinham acesso à rede de abastecimento de água, enquanto, para a população baiana em geral, essa taxa era de 82,7%.

O acesso à coleta de esgoto também é mais elevado nas favelas (88,8%) em comparação ao restante da população (52,2%), posicionando a Bahia como o estado com maior cobertura de saneamento nas favelas. Esses dados refletem, em parte, o forte investimento em infraestrutura básica na capital e em grandes cidades, onde o crescimento populacional exige resposta rápida para evitar problemas de saúde pública.

Comparações com o Contexto Nacional

Em comparação com outros estados, a Bahia ocupa o quarto lugar em número absoluto de pessoas vivendo em favelas, ficando atrás de São Paulo, Rio de Janeiro e Pará. Em termos proporcionais, contudo, a Bahia ocupa a sétima posição, com 9,7% de sua população em favelas, enquanto o Amazonas lidera com 34,7%. Esses dados revelam o impacto do crescimento populacional e da falta de políticas públicas habitacionais que acompanhem as demandas urbanas.

Expansão e Inclusão de Favelas

A expansão das favelas baianas entre 2010 e 2022 reflete um fenômeno que ocorre em escala nacional. O número de favelas e comunidades urbanas no Brasil praticamente dobrou em doze anos, totalizando 12.348 áreas em 2022. O aumento observado na Bahia, no entanto, foi o sexto menor entre as unidades da federação, indicando uma expansão proporcionalmente mais modesta em relação a outros estados.

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