Uma pesquisa do Sebrae Bahia, intitulada Propósito dos Afroempreendedores Baianos 2024, revelou que 90% dos afroempreendedores apoiam o fortalecimento econômico da comunidade negra por meio do conceito de Black Money. O estudo, que analisou o perfil de afroempreendedores no estado, identificou tendências, desafios e oportunidades para o setor, com foco no papel das redes de apoio e no impacto socioeconômico dessa iniciativa.
Segundo o analista técnico do Sebrae Bahia, Anderson Teixeira, o Black Money transcende o ato de consumir de empresas ou profissionais negros. Ele descreve o movimento como um esforço socioeconômico para criar, circular e reter riqueza dentro da população negra, promovendo autonomia financeira e inclusão social.
Indicadores e avanços no afroempreendedorismo
Os dados da pesquisa indicam avanços em diversos aspectos. Atualmente, 51% dos negócios liderados por afroempreendedores na Bahia estão ativos há mais de cinco anos, um leve aumento em relação ao percentual registrado em 2023. Outros destaques incluem:
- Rede de apoio: 57% dos entrevistados acreditam que uma rede de mentores negros é essencial para o crescimento de pequenos negócios, acima do percentual registrado no levantamento anterior.
- Tecnologia e inovação: O PIX é apontado como o principal meio de pagamento para 48% dos afroempreendedores, um aumento significativo em relação aos 37% do ano passado.
- Perfil socioeconômico: 55% dos afroempreendedores possuem nível superior completo, enquanto 40% têm renda mensal de até dois salários mínimos (R$ 2.824,00).
Os participantes destacaram a necessidade de apoio do Sebrae em áreas como marketing, inovação, finanças e construção de redes de relacionamento, a fim de fortalecer seus empreendimentos.
Motivações para empreender e desafios do setor
A pesquisa revelou que os principais fatores que levam os afroempreendedores a iniciar negócios incluem a busca por autonomia e independência (65%), desenvolvimento pessoal e profissional (43%) e identificação de oportunidades de mercado (36%). Além disso, 84% dos negócios estão inseridos nos setores de comércio e serviços, áreas predominantemente impulsionadas pela demanda local e pela criatividade dos empreendedores.
Case de sucesso: Jô Lima e o impacto do Black Money
Um exemplo de como o Black Money transforma vidas é o de Jô Lima, que começou a empreender em 2007, na periferia de Salvador. Após enfrentar dificuldades iniciais, ela se consolidou no mercado de beleza, desenvolvendo técnicas inovadoras como o Ponto Slim e o Slim Hair Adesivado. Hoje, é proprietária do Jô Lima Academy, no bairro Caminho das Árvores, e cofundadora do programa Gestora Extraordinária, que oferece capacitação para mulheres de periferia no setor de salões de beleza.
Jô acredita no potencial do Black Money para criar oportunidades.
“Faço questão de ajudar mulheres como eu a crescerem e conquistarem independência financeira”, afirma.
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