Pesquisa revela que a saúde é a maior prioridade do Governo Lula 3, conforme opinião dos brasileiros

Uma pesquisa realizada em outubro de 2024 pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (IPESPE), em parceria com a RADAR FEBRABAN, apontou que a saúde é a principal área que os brasileiros acreditam que o governo Lula deve priorizar. Com um crescimento significativo nas menções à saúde em relação aos últimos dois anos, o levantamento mostra que 33% dos entrevistados consideram a saúde a questão mais importante para o governo federal. O índice é o maior registrado até o momento, destacando um aumento de 16 pontos percentuais desde dezembro de 2022.

Saúde se consolida como principal demanda da população

A pesquisa revelou que a saúde alcançou um crescimento expressivo entre as prioridades para o governo, subindo de 17% em dezembro de 2022 para 33% em outubro de 2024. Esse aumento reflete uma crescente insatisfação da população com o sistema de saúde e um clamor por mais investimentos e melhorias. A alta foi especialmente observada entre determinados grupos, como pessoas com menor nível educacional (40%), com menores faixas de renda (39%) e na região Norte do Brasil (39%). Além disso, o levantamento também apontou que a saúde é uma preocupação maior entre as mulheres, com 38% das entrevistadas mencionando a área como prioritária.

Marcela Montenegro, diretora técnica do IPESPE, afirmou que a maior demanda por atenção à saúde vem de segmentos da população com menor escolaridade e renda. Esses grupos, em particular, são mais afetados pelas deficiências no sistema de saúde pública e, portanto, têm uma expectativa maior em relação ao governo federal nesse aspecto.

Outras prioridades: emprego, educação e inflação

Após a saúde, a segunda maior prioridade entre os entrevistados foi o estímulo ao emprego e renda, embora com uma leve queda de um ponto percentual, passando de 22% em setembro para 21% em outubro. A demanda por políticas de geração de empregos reflete as dificuldades econômicas que o país ainda enfrenta, particularmente entre os segmentos de renda mais baixa.

A educação ocupou a terceira posição, com 13% dos entrevistados mencionando-a como a principal área que o governo deve focar. O aumento de dois pontos percentuais em relação a setembro de 2024 destaca uma crescente preocupação com as condições educacionais no país, especialmente entre os jovens de 18 a 24 anos, que apresentaram uma taxa de 21% para a educação como prioridade.

Em seguida, o tema da inflação e o custo de vida apareceu com 10%, apresentando uma leve queda de um ponto em relação à pesquisa anterior. O impacto da inflação é mais acentuado entre aqueles com formação universitária e maiores rendas, com 14% das pessoas nesses grupos destacando o tema como prioritário.

Meio ambiente e segurança em queda

Com a diminuição das queimadas no país, as menções ao meio ambiente caíram três pontos percentuais, empatando com a questão da segurança em quinto lugar, ambas com 7%. Esse fenômeno ilustra uma mudança nas prioridades da população, com a redução das catástrofes ambientais e um foco mais forte na segurança pública, que permanece um tema relevante para muitos brasileiros, especialmente nas grandes cidades e regiões metropolitanas.

Metodologia e abrangência da pesquisa

A pesquisa do RADAR FEBRABAN foi realizada com 2 mil pessoas nas cinco regiões do país e abrangeu questões relacionadas ao bem-estar social e econômico, com especial atenção a áreas que afetam diretamente a vida da população, como saúde, educação, emprego, inflação, segurança e meio ambiente. O levantamento buscou mapear as percepções e expectativas dos brasileiros em relação às políticas públicas, oferecendo uma visão ampla das prioridades nacionais.