O Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC) anunciou, neste sábado (23/11/2024), a revalidação do registro especial do Ofício das Baianas de Acarajé como Patrimônio Cultural Imaterial do Estado. A medida foi divulgada no Diário Oficial e ocorre às vésperas do Dia das Baianas, celebrado em 25 de novembro. O reconhecimento preserva um legado que, desde 2005, também é reconhecido nacionalmente como Patrimônio Imaterial pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
O Ofício das Baianas de Acarajé carrega um profundo significado histórico, social e religioso. A prática envolve não apenas a venda do acarajé, símbolo da culinária afro-brasileira, mas também a manutenção de tradições relacionadas à ancestralidade e às religiões de matriz africana. A revalidação busca garantir a continuidade dessa prática, essencial tanto para a preservação cultural quanto para a subsistência das baianas.
Para Marcelo Lemos, diretor-geral do IPAC, a revalidação demonstra o compromisso do Estado com a valorização do patrimônio cultural:
“Essa ação assegura a continuidade de uma tradição que transmite valores históricos e culturais fundamentais. Nosso papel é proteger e valorizar esses patrimônios, garantindo sua permanência para as futuras gerações”.
Além de fortalecer o reconhecimento cultural, a medida destaca a necessidade de políticas públicas que assegurem condições dignas de trabalho para as baianas. Essa categoria enfrenta desafios como a ocupação de espaços urbanos, preconceitos e a intolerância religiosa. A presidente da Associação das Baianas de Acarajé, Mingau e Receptivos da Bahia (ABAM), Rita Santos, salienta que a revalidação também é uma forma de preservar a autenticidade do ofício.
“É um presente para as baianas da Bahia. Modernizar é válido, mas não podemos mudar elementos fundamentais como a indumentária e a receita do acarajé. A revalidação garante isso”, explica.
O processo de revalidação representa uma vitória para o fortalecimento das identidades afro-brasileiras e reforça a importância do ofício como símbolo de resistência cultural. Por meio desse trabalho, as baianas perpetuam valores religiosos e históricos que ultrapassam gerações, consolidando-se como figuras essenciais para a memória coletiva da Bahia e do Brasil.

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