Estaleiro Enseada retoma atividades com contratos para construção de barcaças mineraleiras

Projeto em parceria com a LHG Mining marca a retomada da indústria naval no Recôncavo Baiano, com geração de emprego e expectativa de entrega em 2025.
Projeto em parceria com a LHG Mining marca a retomada da indústria naval no Recôncavo Baiano, com geração de emprego e expectativa de entrega em 2025.

Após permanecer inativo por quase dez anos, o Estaleiro Enseada, localizado em Maragogipe, na Bahia, volta a operar com contratos para a construção de barcaças mineraleiras destinadas à mineradora LHG Mining, integrante do grupo J&F. O contrato prevê a fabricação de 80 embarcações, gerando 300 empregos diretos e 900 indiretos.

Além do Enseada, outros três estaleiros situados nas regiões Norte e Nordeste participam do projeto, que integra os esforços de revitalização da indústria naval no Brasil. O primeiro lote de 10 barcaças, com capacidade para transportar 2.900 toneladas cada, deverá ser entregue em 2025.

Impactos históricos e econômicos

O Estaleiro Enseada representou um marco no desenvolvimento regional entre 2012 e 2015, período em que gerou mais de 7 mil empregos diretos, além de fomentar a economia em 15 municípios do Recôncavo Baiano. Contudo, as atividades foram interrompidas em decorrência dos desdobramentos da operação Lava Jato, que impactaram significativamente empresas do setor de construção pesada.

Deyvid Bacelar, coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), destacou as consequências desse período para a economia nacional.

“Esse ataque à indústria nacional prejudicou severamente nossa capacidade de competir globalmente. Hoje, poderíamos estar em pé de igualdade com China, Japão, Cingapura e Coreia do Sul”, afirmou. Segundo o Dieese, as ações da Lava Jato resultaram na perda de 4,4 milhões de empregos e em uma redução de 3,6% no PIB brasileiro.

Novos projetos e perspectivas

Desde a paralisação, o Enseada limitou suas operações ao Terminal de Uso Privado (TUP), utilizado para movimentação de cargas como minério e grãos. Com o novo contrato, o estaleiro deve ampliar sua atuação, contribuindo para o fortalecimento da indústria naval no Brasil.

Além das barcaças da LHG Mining, há avanços em licitações para a construção de dez embarcações OSRVs destinadas à contenção de derramamento de óleo, com seis delas previstas para o Enseada.

“Estamos empenhados em reativar também o Estaleiro de São Roque, na Bahia, ampliando ainda mais nossa capacidade produtiva”, afirmou Bacelar.

A Petrobras também anunciou a construção de 12 embarcações do tipo PSV, com investimento de R$ 5,2 bilhões. A iniciativa será realizada nos estaleiros Starnav e BRAM, em Santa Catarina, e gerará 11 mil empregos, consolidando a retomada do setor e promovendo impactos positivos na economia brasileira.


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