A Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB) apresentou suas estimativas para 2025 nesta quarta-feira (18/12/2024), projetando um crescimento econômico de 2,2% para a Bahia. Embora a economia do estado siga em trajetória de expansão, os setores industriais enfrentarão um ritmo mais lento de crescimento comparado a 2024. A Indústria de Transformação deverá registrar um crescimento de 3,0%, enquanto a Construção Civil deve alcançar 2,5%. A Indústria Extrativa tem uma expectativa de crescimento de 3,5%, e os Serviços Industriais de Utilidade Pública, 2,0%.
Esses números indicam uma desaceleração em relação aos resultados de 2024, quando a Indústria de Transformação cresceu 3,0% e a estimativa de PIB projetado pela FIEB foi de 2,6%. O superintendente da FIEB, Vladson Menezes, destacou que a desaceleração se deve a uma série de fatores, incluindo as incertezas no cenário internacional e a alta nos juros, que afetam negativamente o setor produtivo.
Um dos principais desafios enfrentados pela indústria baiana é o segmento de Refino de Petróleo, que será impactado pela fraca demanda internacional por derivados de petróleo. De acordo com Menezes, a expectativa é de que o mercado interno compense parcialmente essa queda, mas de forma menos intensa que em 2024. O superintendente também alertou sobre as consequências da instabilidade no mercado global, particularmente devido à desaceleração econômica da China e aos conflitos no Oriente Médio, como a Guerra da Ucrânia e as tensões entre Israel e Hamas.
Outro setor que passará por um período desafiador é o de Petroquímica, que enfrenta uma queda nos preços internacionais e uma crescente concorrência com produtos importados. Apesar desses desafios, há perspectivas positivas para alguns segmentos. A indústria automotiva baiana, por exemplo, deve vivenciar uma retomada com a inauguração da fábrica da BYD em Camaçari, prevista para o primeiro semestre de 2025, o que deve gerar 10 mil novos postos de trabalho e impulsionar a economia local.
A Construção Civil também deve apresentar um desempenho relativamente favorável, com a ampliação de obras do Programa Minha Casa, Minha Vida e investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), apesar da elevação da taxa de juros, que pode afetar as vendas no mercado imobiliário.
O segmento de bens finais, como alimentos, bebidas, têxteis, calçados e móveis, também deverá crescer, embora em ritmo mais moderado, conforme o comportamento geral da economia. Menezes comentou que esses setores tendem a seguir o ritmo da economia em geral e, portanto, devem experimentar um crescimento proporcionalmente mais baixo.
No mercado de trabalho, os dados do IBGE apontam que a taxa de desemprego na Bahia caiu para 9,7% no terceiro trimestre de 2024, a mais baixa da série histórica, refletindo uma melhora nas condições laborais. Além disso, a indústria baiana gerou 7.665 postos de trabalho nos últimos 12 meses, segundo a RAIS/CAGED.
Em nível nacional, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) estima que o Brasil crescerá 2,4% em 2025, com a indústria nacional apresentando uma alta de 2,1%. O presidente da FIEB, Carlos Henrique Passos, alertou, no entanto, que a elevada taxa de juros reais no Brasil segue sendo um fator de risco para a recuperação econômica, prejudicando a competitividade da indústria nacional.
Em face desses desafios, a FIEB segue com um robusto plano de investimentos para apoiar o setor industrial. Em 2025, o Sistema FIEB ampliará suas ações, com destaque para a expansão de unidades do SENAI, o início de novos projetos, como a planta de produção de etanol a partir do agave, e a inauguração de novas unidades de capacitação profissional em diversas localidades do estado.
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