Oficina Pernambucana: Da desilusão amorosa ao reconhecimento no Nordeste

A Oficina Pernambucana, criada por Themístocles Teixeira, destaca-se como uma das mais importantes na história de Feira de Santana e do Nordeste. Nascido em Pernambuco, o mecânico deu início a sua trajetória após uma decepção amorosa, que o levou a se mudar para a Bahia. Com determinação e inteligência, ele transformou uma pequena oficina em um empreendimento renomado, marcado pela inovação no setor automotivo e pela contribuição significativa à economia local.
Themístocles Teixeira foi responsável pela criação da Oficina Pernambucana, marco na história mecânica de Feira de Santana.

Themístocles Teixeira, natural de Olhos d’Água de Figueira, Limoeiro, em Pernambuco, foi um homem cuja trajetória profissional começou em um contexto pessoal de frustração. Em 1947, após uma desilusão amorosa, decidiu deixar seu estado natal e se mudar para Salvador, onde seu irmão Joaquim administrava uma fazenda de plantio de cocos. No entanto, sua história mudou ao conhecer Amenália Exalto da Silva, com quem se casou e se estabeleceu em Feira de Santana.

Na cidade baiana, Themístocles iniciou sua carreira como mecânico em condições precárias. Utilizando uma simples maleta de ferramentas e trabalhando à sombra de uma jaqueira, ele rapidamente se destacou pela habilidade técnica, oferecendo reparos rápidos a veículos que passavam pelas péssimas estradas da região. Com o crescente volume de serviços, a oficina improvisada tornou-se insuficiente, levando-o a fundar a Oficina Pernambucana, nome que rapidamente se associaria à qualidade e inovação.

Em 1952, com a aquisição de um terreno de Leolindo Lourenço Silva, Themístocles estabeleceu a oficina em uma área estratégica, no final da Rua Castro Alves. A Oficina Pernambucana inovou ao oferecer um serviço 24 horas, acompanhada de garantias de um ano para os reparos realizados, um diferencial significativo para a época. O local passou a ser referência, atraindo clientes de todo o Norte e Nordeste, e suas máquinas, como o primeiro torno mecânico da Bahia e a máquina de fresar, se destacaram no setor.

Além das inovações técnicas, Themístocles também se mostrou um homem de grande caráter e generosidade. Como espírita, devoto de São Pedro e membro da Maçonaria, ele nunca abriu sua oficina nos dias dedicados ao santo ou em datas religiosas como a Sexta-Feira Santa. Ao longo de sua vida, ajudou muitos funcionários da oficina a adquirirem casa própria e, com seu legado, fundou uma escola próxima ao Fórum Filinto Bastos, um projeto que perdura até hoje.

Themístocles Teixeira faleceu em 1986, deixando um legado de trabalho árduo e humanitarismo. Ele transformou a Oficina Pernambucana em um símbolo de excelência no setor automotivo, e mesmo após o fechamento da oficina, seu nome continua a ser lembrado em Feira de Santana como um exemplo de perseverança e contribuição para o desenvolvimento da cidade.


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