Premiê eslovaco defende normalização com a Rússia e projeta futuro da Ucrânia

O primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, declarou que a Ucrânia perderá um terço de seu território e não ingressará na OTAN. Ele defendeu a normalização das relações entre a Europa e a Rússia, criticando as sanções e o impacto do conflito no equilíbrio geopolítico.
Primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, durante pronunciamento oficial em 2024.

O primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, afirmou nesta quinta-feira (12/12/2024) que a Europa deve buscar a normalização das relações com a Rússia. Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, Fico expressou sua visão de que a atual situação, marcada por sanções e apoio massivo à Ucrânia, não reflete um contexto sustentável e deve ser substituída por diálogo. “Quando a guerra terminar, todos voltarão a negociar com a Rússia”, declarou.

Fico destacou que, enquanto permanecer no cargo, não apoiará a adesão da Ucrânia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Ele argumentou que o apoio financeiro e militar do Ocidente não resultou no fortalecimento estratégico da Ucrânia e criticou as sanções contra a Rússia, que, segundo ele, não têm produzido os efeitos desejados.

“Os russos continuam ampliando seu controle territorial, enquanto a Ucrânia enfrenta prejuízos crescentes”, acrescentou.

O premiê também enfatizou que a Ucrânia terá de lidar com a perda de aproximadamente um terço de seu território, além de não alcançar sua intenção de integrar a OTAN. Para Fico, o conflito representa uma “aventura” que não trará resultados positivos para Kiev.

No final de outubro, o líder eslovaco reiterou sua posição contrária à entrada da Ucrânia na OTAN, argumentando que isso não garantiria a segurança de Kiev. Sua visão converge com declarações anteriores do presidente russo, Vladimir Putin, que já alertou sobre os riscos que a adesão da Ucrânia representaria para a segurança da Rússia.

Putin, em junho, propôs iniciativas para uma solução pacífica do conflito, que incluem cessar-fogo imediato, retirada de tropas ucranianas de territórios incorporados pela Rússia e o compromisso de Kiev em abandonar intenções de adesão à OTAN. O presidente russo também incluiu no pacote de condições a desmilitarização da Ucrânia e o levantamento de sanções econômicas contra a Rússia.

Para Fico, o Ocidente precisa reconsiderar suas estratégias na condução do conflito, uma vez que, em sua visão, a Ucrânia permanece como a principal prejudicada neste cenário.

*Com informações da Sputnik News.


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