O presidente sírio Bashar al-Assad e sua família chegaram a Moscou neste domingo (08/12/2024), onde foram recebidos pelo governo russo com asilo político. A informação foi confirmada por uma fonte do Kremlin, que explicou que a concessão do asilo foi feita com base em “considerações humanitárias”. A fonte também revelou que as autoridades russas já iniciaram contatos com líderes dos rebeldes sírios, os quais, segundo a fonte, garantiram a segurança das bases militares russas e das instituições diplomáticas na Síria.
A Rússia tem sido uma das principais aliadas de Assad ao lado do Irã desde o início do conflito sírio, em 2011, e se envolveu militarmente no país em 2015, quando passou a apoiar o regime com intervenções aéreas e apoio logístico. Moscou mantém uma base naval em Tartous e um campo de aviação militar em Hmeimim, e a queda de Assad levanta questões sobre o futuro das relações bilaterais entre os dois países. A fonte do Kremlin destacou que, embora a Rússia tenha apoiado Assad, sempre defendeu uma solução política para o conflito sírio e acredita que as negociações sob a mediação da ONU devem ser retomadas.
Além disso, a Rússia solicitou uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU sobre a situação na Síria. O pedido foi feito pelo representante-adjunto da Rússia na ONU, Dmitri Polianski, que afirmou que as consequências dos eventos recentes ainda não foram completamente avaliadas. A reunião, que ocorrerá nesta segunda-feira (9), será realizada a portas fechadas.
Com a queda de Assad, a comunidade internacional reagiu. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, comemorou a saída de Assad, afirmando que ela representa uma “oportunidade histórica” para o povo sírio. Biden, no entanto, alertou sobre os riscos de um novo cenário, especialmente em relação a grupos rebeldes com histórico de terrorismo, e afirmou que os Estados Unidos estarão dispostos a dialogar com todos os grupos sírios para discutir a transição de poder.
O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, também se manifestou, destacando a oportunidade para a construção de um futuro estável e pacífico para o povo sírio. O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, também saudou a queda do regime de Assad, reforçando a necessidade de uma solução política para garantir a paz e a proteção das minorias na região.
A guerra civil na Síria, que começou em 2011, resultou em mais de 500 mil mortos e levou à destruição de grande parte da infraestrutura do país. A queda de Bashar al-Assad marca um ponto de virada na história recente do conflito sírio, mas ainda deixa muitas incertezas sobre o futuro da Síria e da região.
*Com informações da RFI.
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