A história da letra Cometa Mambembe: Uma jornada musical e cultural de Carlos Pitta e Edmundo Carôso

Carlos Pitta e sua inspiração na criação da música “Cometa Mambembe”, marcada por influências astronômicas e culturais do Nordeste brasileiro.
Carlos Pitta e sua inspiração na criação da música “Cometa Mambembe”, marcada por influências astronômicas e culturais do Nordeste brasileiro.

Carlos Pitta faleceu em Salvador, no dia 7 de janeiro de 2025 (terça-feira), aos 69 anos. Aproximadamente 15 meses antes de sua partida, em entrevista em vídeo à Danilo Ribeiro, o cantor e compositor baiano relembrou sua criação musical mais marcante, feita em parceria com Edmundo Carôso. O Jornal Grande Bahia, ao editar e apresentar essa entrevista, oferece aos leitores uma homenagem única ao legado do artista feirense.

Conheça a história da música “Cometa Mambembe”

Nos anos iniciais da década de 1980, Carlos Pitta, a convite de Augusto César, diretor do Observatório Astronômico Antares em Feira de Santana, compôs a icônica “Cometa Mambembe”. Inspirada nos cometas, essa canção se tornou um marco na música popular brasileira, atravessando gerações e mantendo-se presente nas festas populares até os dias de hoje.

A proposta surgiu enquanto Pitta visitava o observatório e observava os anéis de Saturno através de um telescópio. Augusto comentou sobre a próxima aproximação do Cometa Halley com a Terra, evento astronômico que fascinaria o mundo. Inspirado, Pitta desenvolveu a letra e a melodia que, mais tarde, incorporariam elementos culturais do Nordeste, como o frevo, o afoxé e a riqueza da guitarra baiana.

A composição ganhou forma em uma parceria com Edmundo Carôso, que trouxe influências da música moura após uma temporada na Espanha. A música “Cometa Mambembe” representa uma fusão de culturas, transportando o ouvinte por paisagens nordestinas e universos celestes.

A letra reflete o movimento errante do cometa, simbolizado pelo galope do cavalo mambembe, em uma narrativa rica em imagens poéticas. Expressões como “estrela brilhou na cabeleira” e “galope acordar na beira-mar” evocam a beleza e o dinamismo das tradições nordestinas, enquanto elementos como a “lua no mato” e “brisa das rochas” conectam o sertão ao litoral.

Produzida no Rio de Janeiro com arranjos inovadores, a música ganhou notoriedade após ser apresentada no programa “Fantástico” da Rede Globo. Rapidamente se tornou um sucesso, sendo executada tanto no Carnaval quanto no São João. O impacto foi tão grande que “Cometa Mambembe” se consolidou como um clássico da música popular nordestina, atravessando fronteiras e épocas.

Carlos Pitta reflete sobre o legado da canção, destacando sua capacidade de unir as duas maiores festas do Nordeste. “Cometa Mambembe” é uma homenagem à riqueza cultural brasileira e à conexão entre o cotidiano e o extraordinário.

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