Escritor Joaci Góes apresenta reflexões sobre a gestão Lula e o cenário político brasileiro

O presidente Lula discursou em ato na Praça dos Três Poderes que celebrou a democracia e marcou dois anos das invasões às sedes dos Três Poderes.

O artigo “Governo, sofá e adultério”, assinado por Joaci Góes e publicado em Tribuna da Bahia, aborda criticamente a iniciativa do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao tratar os eventos de 8 de janeiro de 2023 como uma tentativa de golpe de Estado. Segundo Góes, tal esforço foi motivado pela busca de recuperar os baixos índices de aprovação do governo, mas teria resultado em uma repercussão fria, inclusive no Congresso Nacional e no Supremo Tribunal Federal (STF), cujos líderes não participaram do evento organizado pela Presidência.

O autor argumenta que a tentativa de conferir simbolismo democrático ao episódio teria se mostrado ineficaz, expondo fragilidades tanto no governo quanto no aparato institucional do país. Góes ressalta que a caracterização dos atos como “tentativa de golpe” seria desproporcional, considerando o perfil dos manifestantes e a ausência de recursos que pudessem de fato ameaçar a ordem constitucional.

Cleptocracia e responsabilidade institucional

Joaci Góes destaca ainda que os atos de vandalismo, embora condenáveis, não podem ser confundidos com uma ameaça golpista. Ele rememora que o termo “cleptocracia” foi atribuído aos governos petistas por integrantes do próprio STF, reforçando sua crítica à politização das instituições. Nesse contexto, o autor aponta que as ações de Lula e de aliados refletem uma “milícia partidária”, comprometendo a credibilidade do Brasil no cenário internacional.

Para Góes, os responsáveis pelos prejuízos materiais devem ser punidos de acordo com a lei, mas a acusação de tentativa de golpe seria juridicamente insustentável e prejudicial à imagem do país. Ele também enfatiza o impacto negativo das escolhas do governo federal em suas relações externas, citando equívocos na condução diplomática, como as críticas infundadas ao ex-presidente norte-americano Donald Trump.

Críticas à gestão e desafios futuros

Na avaliação do autor, o governo Lula enfrenta dificuldades crescentes na segunda metade do mandato. Góes menciona a entrevista do senador Rogério Marinho à CNN, na qual o parlamentar destacou a ausência de perspectivas de melhora para o país sob a atual gestão. Segundo o artigo, o discurso de Lula como “guardião da democracia” não encontra eco nem entre intelectuais alinhados ao governo.

A crítica estende-se à comunicação do governo, descrita como desarticulada e incapaz de transmitir resultados positivos. O autor ironiza a recente troca de comando na Secretaria de Comunicação, comparando a decisão ao ato de remover um sofá para resolver questões de adultério flagradas em sua proximidade. A metáfora reforça a visão de que mudanças superficiais não enfrentam as questões estruturais que minam a confiança no governo.

Erros estratégicos

Ao longo do artigo, Joaci Góes expõe sua visão sobre o cenário político atual, tecendo críticas contundentes ao governo federal e ao tratamento dado aos eventos de janeiro de 2023. Embora expressando uma posição marcadamente contrária ao Presidente Lula, o autor chama a atenção para a necessidade de maior responsabilidade e coerência no debate público, tanto por parte do Executivo quanto das demais instituições democráticas.

A análise revela preocupações mais amplas com a crise de governança no Brasil, destacando como decisões populistas e erros estratégicos podem comprometer a estabilidade institucional e a confiança dos cidadãos no sistema político.


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