Artigos por Joaci Góes

O Brasil viu uma redução na população carcerária, passando de cerca de 700 mil presos em 2020 para aproximadamente 620 mil. Essa queda se baseou na interpretação equivocada do então Ministro do STF, Ricardo Lewandowski, que considerou o “excesso” de punibilidade como agravante da criminalidade no país, o que levou à libertação de detentos por delitos considerados de menor gravidade. No entanto, essa abordagem levanta questões, visto que os Estados Unidos, que têm uma população carcerária muito maior, demonstram que o Brasil poderia ter uma população prisional significativamente maior. Isso destaca a leniência na abordagem de crimes de diversas naturezas, especialmente os crimes financeiros. Na Bahia, a situação é ainda mais grave, com a delinquência acima da média nacional, e a população carcerária representando apenas uma fração do que seria proporcional. A solução para essa questão complexa passa pelo acesso universal à educação de qualidade, mas muitos políticos parecem mais preocupados com as próximas eleições do que com a construção de um futuro melhor. A impunidade para crimes graves e o encarceramento de grupos vulneráveis continuam sendo desafios a serem enfrentados. […]

A definição de normalidade é relativa à cultura e valores sociais, influenciando percepções de certo e errado. A alarmante insegurança no Brasil, especialmente na Bahia, reflete essa subjetividade. A falta de discernimento entre normal e patológico impede que muitos percebam que, estatisticamente, a violência em Salvador é 128 vezes mais alta que em cidades europeias. A violência, embora terrível, tem despertado a consciência de sobrevivência, mas as raízes educacionais precárias são a causa central. A sociedade moderna demanda aprendizado contínuo para evitar marginalização, além de valores positivos. Investir em educação é a chave, mas políticos optam pelo curto prazo. Essa postura mantém o Brasil aquém de seu potencial. […]