Mercado financeiro reage a veto do presidente Lula na regulamentação da Reforma Tributária

O veto de 17 pontos feito pelo presidente Lula ao primeiro texto da reforma tributária gerou reação no mercado financeiro. A Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA), junto à Confederação Nacional das Instituições Financeiras (CNF), manifestaram preocupação sobre os vetos que afetam os fundos de investimento e solicitaram que o Congresso derrube essas alterações.
O mercado financeiro expressou insatisfação com o veto de Lula a pontos da reforma tributária, especialmente no que se refere aos fundos de investimento.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou 17 pontos do primeiro texto da reforma tributária, incluindo uma medida que tem gerado preocupação no mercado financeiro. O veto afeta diretamente a regulamentação dos fundos de investimento, uma área sensível para o setor. A Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA), em conjunto com a Confederação Nacional das Instituições Financeiras (CNF), emitiu uma nota solicitando que o Congresso Nacional derrube os vetos impostos pela presidência.

O ponto central da discordância envolve a classificação dos fundos de investimento como contribuintes de impostos sobre consumo, mais especificamente o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), que substituirão tributos como o PIS, Cofins, ICMS, IPI e ISS. As entidades alegam que, como os fundos não são fornecedores de serviços, não deveriam ser considerados contribuintes desses impostos, o que resultaria em um tratamento tributário desfavorável para o setor.

Em sua manifestação, ANBIMA e CNF destacam que a redação da Lei Complementar 214, proposta pela reforma, gera insegurança jurídica para a indústria de fundos de investimento, que possui um patrimônio líquido de R$ 9,2 trilhões e atende a mais de 41 milhões de contas. Além disso, as entidades criticam o afastamento da reforma dos objetivos de simplificação do sistema tributário e neutralidade fiscal, dois princípios centrais para a efetividade da proposta.

Antes da aprovação do texto no Congresso, as entidades consideravam a redação original como adequada, pois ela não concedia benefícios tributários aos fundos de investimento, mas, ao contrário, buscava garantir a segurança jurídica ao listar situações específicas. A proposta vetada afetava tanto os fundos que investem em títulos e valores mobiliários quanto aqueles que aplicam em ativos como fundos imobiliários e Fiagros. As mudanças promovidas pelo veto, segundo as entidades, significam menos alternativas de diversificação para os investidores e podem resultar na aplicação de impostos de renda sobre lucros obtidos com determinados fundos.

As instituições continuam a trabalhar junto aos parlamentares para garantir um tratamento tributário adequado aos fundos de investimento e mais segurança jurídica para os investidores. A nota emitida destaca que o diálogo permanece ativo e transparente, com o objetivo de encontrar uma solução que atenda aos interesses do setor sem comprometer os princípios da reforma tributária.


Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe to get the latest posts sent to your email.

Facebook
Threads
WhatsApp
Twitter
LinkedIn

Deixe um comentário

Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading

Privacidade e Cookies: O Jornal Grande Bahia usa cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com o uso deles. Para saber mais, inclusive sobre como controlar os cookies, consulte: Política de Cookies.