Reportagem de Mirelle Pinheiro — publicada na sexta-feira (03/01/2025) pela Metrópoles — revela que Operação Overclean, deflagrada pela Polícia Federal (PF) em 10 de dezembro de 2024, teve como objetivo desarticular uma organização criminosa especializada em corrupção, lavagem de dinheiro e desvios de recursos públicos. O esquema tinha como epicentro o estado da Bahia, com destaque para a cidade de Salvador, e operava em várias regiões do Brasil. Sua manutenção dependia de uma intrincada rede envolvendo agentes públicos, empresários e políticos, que atuavam de forma articulada para garantir seu funcionamento.
Dinâmica do esquema criminoso
Tabelas de propina
Durante as buscas realizadas em residências e escritórios dos suspeitos, os agentes encontraram tabelas de propina. Esses documentos continham registros detalhados sobre os valores pagos, datas e os destinatários. Para disfarçar os nomes dos beneficiários, as tabelas utilizavam códigos e siglas.
Mesadas regulares
As mesadas eram fundamentais para garantir a lealdade de agentes públicos ao grupo criminoso. Esses pagamentos regulares variavam conforme o nível de influência ou a função desempenhada pelo beneficiário. Por exemplo:
- Rogério Magno Almeida Medeiros: R$ 6 mil mensais.
- Lucas Moreira Martins Dias: R$ 271 mil acumulados.
- Carlos André de Brito Coelho: R$ 1,7 milhão no total.
Pagamentos dissimulados
Os pagamentos eram realizados em dinheiro vivo ou por meio de transferências bancárias para contas de terceiros ou empresas de fachada. Essa estratégia buscava dificultar a rastreabilidade das transações financeiras.
Principais personagens e regiões impactadas
Beneficiários destacados
A investigação identificou diversos agentes envolvidos no esquema, entre eles:
- Rogério Magno Almeida Medeiros: Policial federal, recebia R$ 6 mil mensais.
- Lucas Moreira Martins Dias: Ligado ao município de Vitória da Conquista, acumulou R$ 271 mil.
- Lara Betânia Lélis Oliveira: Recebia valores variáveis entre R$ 10 mil e R$ 15 mil.
- Carlos André de Brito Coelho: Beneficiado com um total de R$ 1,7 milhão.
Regiões e contratos
O esquema afetava órgãos e prefeituras em diversas regiões, com contratos fraudulentos firmados principalmente no setor de serviços ambientais e outros ligados à saúde pública. O município de Vitória da Conquista foi um dos locais destacados.
Papel das tabelas de propina
As tabelas de propina eram elementos centrais do esquema. Elas funcionavam como ferramentas de controle, registrando os valores de cada transação e ajudando a manter a operação organizada. A documentação revelou que muitos pagamentos ocorriam logo após a liberação de recursos públicos, sugerindo uma relação direta entre os contratos fraudulentos e a distribuição das propinas.
Investigação em andamento
A Polícia Federal continua aprofundando as investigações para identificar todos os integrantes da organização criminosa e recuperar os recursos desviados. O caso destaca a importância da cooperação entre órgãos de segurança e controle no combate à corrupção.
Pagamentos e beneficiários
- Rogério Magno Almeida Medeiros: R$ 6 mil mensais.
- Lucas Moreira Martins Dias: R$ 271 mil acumulados.
- Lara Betânia Lélis Oliveira: R$ 10 mil a R$ 15 mil variáveis.
- Carlos André de Brito Coelho: R$ 1,7 milhão no total.
Métodos de pagamento
- Dinheiro vivo.
- Transferências para terceiros ou empresas de fachada.
Documentos encontrados
- Tabelas de propina com datas, valores e códigos.
- Planilhas detalhadas de contabilidade informal.
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