Retomada da produção de fertilizantes na Bahia e Sergipe é agendada para 2025

Vista das instalações industriais da FAFEN, em Camaçari.
Vista das instalações industriais da FAFEN, em Camaçari.

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) sinaliza que a produção de fertilizantes nas fábricas de Camaçari, na Bahia, e Laranjeiras, em Sergipe, será retomada ainda em 2025 sob a gestão da Petrobrás. Ambas as unidades, conhecidas como Fafens, encontram-se paralisadas desde 2023 e estavam sob arrendamento da Unigel desde 2019. De acordo com Deyvid Bacelar, coordenador-geral da FUP, o retorno das operações representa um avanço estratégico para o Brasil e uma reafirmação do compromisso do governo federal com as necessidades essenciais do país.

Bacelar ressalta que a reintegração das unidades Fafen-BA e Fafen-SE ao sistema Petrobrás depende exclusivamente da aprovação da diretoria executiva da empresa. Além disso, destaca a importância da vigilância contínua por parte dos trabalhadores, a fim de garantir que todos os envolvidos no processo de reconstrução das fábricas sejam adequadamente reintegrados ao novo sistema de produção. A FUP acredita que a decisão pode resultar em impactos significativos no desenvolvimento nacional, dada a relevância do setor de fertilizantes para a segurança alimentar e a economia brasileira.

Estudos da FUP apontam que a retomada da produção nas quatro unidades do parque industrial de fertilizantes (Fafen-BA, Fafen-SE, ANSA-PR e Fafen-MS) pode gerar mais de 20 mil postos de trabalho, tanto diretos quanto indiretos. A FUP enfatiza que essa recuperação traz não apenas a possibilidade de geração de emprego, mas também a perspectiva de melhorar as condições de trabalho e a remuneração, reforçando o papel da Petrobrás como motor do desenvolvimento econômico e protagonista do Plano Nacional de Fertilizantes, que visa reduzir a dependência do Brasil em relação à importação de fertilizantes.

No entanto, o dirigente da FUP alerta para o impacto negativo causado pelos planos de demissão voluntária implementados nos últimos anos, que resultaram em uma diminuição significativa da força de trabalho qualificada da Petrobrás. Bacelar observa que este déficit estrutural representa um desafio adicional para a reativação das Fafens, além de evidenciar a complexidade do processo. Ele acrescenta que o desmantelamento do setor de fertilizantes no governo anterior deixou marcas profundas nos trabalhadores, muitos dos quais foram relocados para outras regiões do país, com alguns enfrentando traumas irreversíveis.

Com relação às fábricas da Bahia e Sergipe, Bacelar defende a reintegração total da Fafen-BA e Fafen-SE à Petrobrás, o que implicaria o fim do contrato de arrendamento com a Unigel. As unidades, especialmente a Fafen-BA, que estava hibernada desde 2018, produziram uma gama de produtos essenciais, como amônia, ureia, gás carbônico e Agente Redutor Líquido Automotivo (Arla 32), enquanto a Fafen-SE era responsável pela produção de ureia fertilizante, ureia para uso industrial, amônia, gás carbônico e sulfato de amônio.


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