A omissão do essencial: O desfecho da diplomacia e os desafios econômicos do Brasil são abordados pelo escritor Joaci Góes

No artigo “A omissão do essencial”, publicado em 30 de janeiro de 2025 na Tribuna da Bahia, Joaci Góes analisa a posição do Brasil no cenário internacional, destacando que “desde a chegada de Tomé de Souza à Bahia, em 1549, o Brasil nunca teve um papel tão irrelevante no cenário internacional como na atualidade”. Segundo ele, a fragilização diplomática decorre de erros estratégicos do Governo Lula, o que impacta a diplomacia brasileira e gera preocupação entre economistas e especialistas em políticas sociais. A falta de alianças consistentes na América do Sul e o distanciamento de países como os Estados Unidos contribuem para um cenário de isolamento, evidenciado pela recusa do presidente norte-americano em dialogar diretamente com o governo brasileiro.

Repercussão interna e impacto na opinião pública

O descontentamento da população em relação à atual administração tem crescido, refletindo-se em indicadores que apontam uma reprovação superior à aprovação. Góes destaca que “a percepção de estagnação econômica e a falta de medidas estruturais eficazes têm reduzido a confiança na possibilidade de melhorias”. Modificações na comunicação governamental não têm sido suficientes para reverter esse quadro, uma vez que o problema reside nas políticas adotadas. A educação, fundamental para o desenvolvimento de longo prazo, segue com desempenho insatisfatório, comprometendo o futuro do país.

A relação entre qualidade educacional e desenvolvimento econômico é evidenciada por exemplos como Israel, Singapura e Coreia do Sul, que, apesar de poucos recursos naturais, apresentam avanços significativos. Em contrapartida, Brasil e Venezuela, mesmo com abundantes riquezas naturais, enfrentam dificuldades sociais e econômicas decorrentes da baixa qualidade educacional e gestão ineficaz.

Desafios estruturais e desigualdade social

A administração pública no Brasil oscila entre avanços e retrocessos, o que impacta diretamente o desenvolvimento nacional. Um dos fatores determinantes dessa situação é a persistência de problemas básicos, como o saneamento precário, que afeta metade da população e compromete a saúde pública. A organização Oxfam aponta que essa deficiência contribui para uma diferença significativa na expectativa de vida entre brasileiros de diferentes classes sociais, evidenciada em relatório intitulado A distância que nos une.

Mesmo em regiões que historicamente sustentam o Partido dos Trabalhadores, como o Nordeste, observa-se uma queda na aprovação do governo, indicando um descontentamento crescente. Segundo Góes, “a Bahia, considerada um dos principais redutos eleitorais do partido, tem recebido poucos investimentos significativos por parte da administração federal”.

Propostas e alternativas para a economia

Estudiosos da economia nacional, como Paulo Rabello de Castro, apontam soluções para os desafios enfrentados pelo Brasil. O economista, que presidiu o IBGE e o BNDES durante o Governo Temer, tem uma trajetória acadêmica reconhecida, incluindo formação na Universidade de Chicago, onde estudou sob a orientação de laureados com o Prêmio Nobel de Economia, como Milton Friedman, Gary Becker e Theodore Schultz. Em sua obra O Mito do Governo Grátis: O mal das políticas econômicas e as lições de 13 países para o Brasil mudar (2014), ele analisa falhas estruturais e propõe caminhos para um crescimento sustentável.

Para Góes, “a atual gestão poderia se beneficiar ao promover um debate aprofundado sobre tais questões, envolvendo especialistas e gestores públicos na busca por soluções eficazes”. A revisão das estratégias econômicas e diplomáticas se mostra essencial para reposicionar o Brasil no contexto internacional e melhorar as condições internas, garantindo avanços sociais e econômicos a longo prazo.