Deputados federais são investigados por suposta venda de emendas parlamentares no Maranhão

Sede do STF.
Relatório da Polícia Federal aponta envolvimento de parlamentares em esquema de desvio de recursos públicos destinados à saúde. Supremo Tribunal Federal julgará a denúncia no dia 25 de fevereiro de 2025.

A Polícia Federal (PF) investiga um suposto esquema de venda de emendas parlamentares no Maranhão, que envolvia ameaças com armas e pressão sobre gestores municipais. Segundo relatório da PF, os deputados Josimar Maranhãozinho (PL-MA), Pastor Gil (PL-MA) e Bosco Costa (PL-SE), além de lobistas e um agiota, teriam exigido a devolução de 25% dos valores de emendas destinadas à saúde do município de São José de Ribamar (MA). O dinheiro desviado seria utilizado para quitar dívidas contraídas junto ao agiota, que financiava os parlamentares.

Esquema de desvios e ameaças

As investigações apontam que, ao todo, três emendas parlamentares totalizando R$ 6,7 milhões foram destinadas à cidade maranhense. Desse montante, cerca de R$ 1,6 milhão teriam sido desviados como propina para o grupo investigado. O prefeito, responsável pela execução dos recursos, teria sido coagido a repassar parte dos valores ao esquema, desviando recursos originalmente destinados ao setor da saúde.

O deputado Josimar Maranhãozinho é apontado como o principal articulador do esquema. Segundo a PF, os envolvidos recorriam a ameaças armadas para garantir o repasse dos valores indevidos. O então prefeito de São José de Ribamar, Eudes Sampaio, denunciou o caso à Justiça Federal do Maranhão em 2020, após recusar-se a efetuar os pagamentos. A denúncia também mencionava ameaças contra seus familiares.

Com base na gravidade dos fatos, a Justiça determinou a prisão do agiota e de outros integrantes da suposta quadrilha que não possuem foro privilegiado. Os parlamentares permanecem em liberdade enquanto aguardam a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

Posicionamento das defesas

A defesa do deputado Pastor Gil afirmou que aguarda o julgamento da Procuradoria-Geral da República (PGR) pela Primeira Turma do STF, confiando que os esclarecimentos apresentados levarão ao reconhecimento da inocência do parlamentar. Até o momento, os deputados Josimar Maranhãozinho e Bosco Costa não se pronunciaram sobre as acusações.

Após as investigações, a PGR apresentou denúncia ao STF, que decidirá sobre a abertura de uma ação penal contra os parlamentares envolvidos.

Julgamento no STF

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal agendou para 25 de fevereiro de 2025 o julgamento da denúncia, sob relatoria do ministro Cristiano Zanin. Caso a denúncia seja aceita, será instaurada uma ação penal, e os investigados se tornarão réus. Se a denúncia for rejeitada, o caso será arquivado.

*Com informações da Sputnik Brasil.


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