A dívida pública brasileira ocupa a terceira posição entre 20 economias emergentes, de acordo com levantamento do Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgado neste mês de fevereiro de 2025. A alta proporção do endividamento em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) tem sido um dos principais fatores de preocupação para investidores e analistas, afetando a taxa de juros, o dólar e a nota de crédito do país.
O endividamento público do Brasil cresceu de 54% do PIB em 2014 para 76% em 2023, segundo dados do Banco Central. Na metodologia do FMI, que adota um cálculo distinto do utilizado pelo Tesouro Nacional, a dívida brasileira atingiu 87,6% do PIB em 2024. Apenas Argentina e Bolívia possuem endividamento proporcionalmente maior entre os países emergentes.
Na comparação com economias similares, o Brasil apresenta uma situação mais delicada. Países como México (57,7%), Colômbia (55,8%) e Chile (41%) possuem um endividamento significativamente menor. No entanto, um fator de atenção é que, desde o pico de 2020, o Brasil, ao lado da Turquia, manteve a dívida relativamente estável na comparação com os níveis pré-pandemia.
Impacto econômico e classificação de risco
A elevada dívida brasileira influencia diretamente a taxa de juros e a percepção de risco dos investidores. As agências de classificação de risco mantêm o Brasil abaixo do grau de investimento, refletindo a preocupação com a sustentabilidade fiscal. Esse cenário encarece o crédito e dificulta a retomada de um crescimento sustentável.
Nos países desenvolvidos do G7, a média da dívida sobre o PIB é de 124%, com casos como o Japão (245%). Entretanto, fatores como juros reduzidos e economias mais robustas permitem a esses países suportarem níveis mais elevados de endividamento sem comprometer a confiança do mercado.
Perspectivas futuras
A estabilização da dívida pública no Brasil depende de medidas fiscais que equilibrem receitas e despesas, além da melhoria do ambiente macroeconômico. O desafio está em reduzir a pressão sobre os juros, incentivando investimentos produtivos e garantindo a confiança do mercado financeiro.
Share this:
- Click to print (Opens in new window) Print
- Click to email a link to a friend (Opens in new window) Email
- Click to share on X (Opens in new window) X
- Click to share on LinkedIn (Opens in new window) LinkedIn
- Click to share on Facebook (Opens in new window) Facebook
- Click to share on WhatsApp (Opens in new window) WhatsApp
- Click to share on Telegram (Opens in new window) Telegram
Relacionado
Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)
Subscribe to get the latest posts sent to your email.




