Dívida Pública do Brasil é a terceira maior entre 20 países emergentes

A dívida pública brasileira é a terceira maior entre 20 países emergentes, segundo o FMI, atingindo 87,6% do PIB em 2024. O alto endividamento impacta a confiança do mercado e dificulta a recuperação do grau de investimento. Em comparação, economias como México e Colômbia apresentam dívidas inferiores. A estabilização do endividamento depende de ajustes fiscais. O cenário econômico global também influencia as perspectivas brasileiras.
Relatório do FMI aponta que a dívida pública brasileira está entre as mais elevadas do mundo emergente, impactando a confiança do mercado e a classificação de risco do país.

A dívida pública brasileira ocupa a terceira posição entre 20 economias emergentes, de acordo com levantamento do Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgado neste mês de fevereiro de 2025. A alta proporção do endividamento em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) tem sido um dos principais fatores de preocupação para investidores e analistas, afetando a taxa de juros, o dólar e a nota de crédito do país.

O endividamento público do Brasil cresceu de 54% do PIB em 2014 para 76% em 2023, segundo dados do Banco Central. Na metodologia do FMI, que adota um cálculo distinto do utilizado pelo Tesouro Nacional, a dívida brasileira atingiu 87,6% do PIB em 2024. Apenas Argentina e Bolívia possuem endividamento proporcionalmente maior entre os países emergentes.

Na comparação com economias similares, o Brasil apresenta uma situação mais delicada. Países como México (57,7%), Colômbia (55,8%) e Chile (41%) possuem um endividamento significativamente menor. No entanto, um fator de atenção é que, desde o pico de 2020, o Brasil, ao lado da Turquia, manteve a dívida relativamente estável na comparação com os níveis pré-pandemia.

Impacto econômico e classificação de risco

A elevada dívida brasileira influencia diretamente a taxa de juros e a percepção de risco dos investidores. As agências de classificação de risco mantêm o Brasil abaixo do grau de investimento, refletindo a preocupação com a sustentabilidade fiscal. Esse cenário encarece o crédito e dificulta a retomada de um crescimento sustentável.

Nos países desenvolvidos do G7, a média da dívida sobre o PIB é de 124%, com casos como o Japão (245%). Entretanto, fatores como juros reduzidos e economias mais robustas permitem a esses países suportarem níveis mais elevados de endividamento sem comprometer a confiança do mercado.

Perspectivas futuras

A estabilização da dívida pública no Brasil depende de medidas fiscais que equilibrem receitas e despesas, além da melhoria do ambiente macroeconômico. O desafio está em reduzir a pressão sobre os juros, incentivando investimentos produtivos e garantindo a confiança do mercado financeiro.


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