O teto da Igreja de São Francisco de Assis, localizada no Pelourinho, em Salvador, desabou na quarta-feira (05/02/2025), resultando na morte da turista Giulia Panchoni Righetto, de 26 anos, natural de Ribeirão Preto (SP). Outras seis pessoas ficaram feridas no acidente.
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) informou nesta quinta-feira (6) que tinha conhecimento da necessidade de manutenção da edificação, mas não foi alertado sobre uma situação emergencial. De acordo com o Ministério da Cultura (MinC) e o Iphan, a igreja pertence à Ordem Primeira de São Francisco, responsável direta pela gestão e conservação do imóvel.
O Iphan informou que, em maio de 2022, autuou a Província Franciscana de Santo Antônio do Brasil – Comunidade Franciscana da Bahia, proprietária da igreja, por falta de manutenção e conservação da estrutura. Apesar da fiscalização, medidas efetivas para evitar o colapso do teto não foram tomadas.
Na segunda-feira (3), o guardião da Igreja e Convento de São Francisco, Frei Pedro Júnior Freitas da Silva, solicitou uma avaliação do Iphan para investigar uma dilatação no forro do teto, mas sem indicar um risco iminente. A vistoria estava agendada para esta quinta-feira (6), mas o teto desabou antes que a inspeção pudesse ser realizada.
O Iphan também afirmou que não recebeu alertas de risco por parte da Defesa Civil Municipal ou do Corpo de Bombeiros. Em nota, a Província Franciscana de Santo Antônio do Brasil manifestou pesar pelo ocorrido e afirmou que está colaborando com as investigações.
Investigação
A Polícia Federal e a Polícia Civil da Bahia abriram inquéritos para investigar as causas do desabamento. Desde a tarde de quarta-feira (5), peritos e agentes realizam exames no local para coletar provas e esclarecer os fatores que levaram à queda do teto.
Igreja e Convento de São Francisco de Assis: histórico e patrimônio
A Igreja e o Convento de São Francisco de Assis, localizados no Largo do Cruzeiro de São Francisco, no coração do Pelourinho, figuram entre as mais notáveis expressões do Barroco brasileiro. O conjunto arquitetônico, de inestimável valor histórico e artístico, é um dos principais atrativos do Centro Histórico de Salvador, reconhecido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como Patrimônio da Humanidade.
Tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1938, a igreja encontra-se registrada nos Livros do Tombo das Belas Artes e do Tombo Histórico, garantindo sua preservação como um dos mais importantes bens culturais do Brasil. Além disso, a edificação é reconhecida como uma das Sete Maravilhas de Origem Portuguesa no Mundo, destacando-se pela riqueza de seus elementos ornamentais.
A pedra fundamental da igreja foi lançada em 1686, e sua construção se estendeu entre os séculos XVII e XVIII, inspirada no estilo arquitetônico das edificações jesuítas. A fachada exibe um elegante contraste entre pedra calcária e arenito, enquanto seu interior impressiona pela opulência: adornos talhados em madeira e recobertos com folhas de ouro, além de uma magnífica coleção de azulejos portugueses, que ilustram passagens bíblicas e elementos decorativos típicos do período barroco.
Com sua grandiosidade artística e importância histórica, a Igreja e o Convento de São Francisco de Assis permanecem como símbolos da riqueza cultural e religiosa da Bahia, atraindo fiéis, estudiosos e turistas do mundo inteiro.
Em maio de 2023, o Iphan concluiu o restauro dos painéis de azulejaria portuguesa da igreja, com investimento de R$ 4,1 milhões. Atualmente, está em andamento a elaboração do projeto de restauração completa do conjunto histórico, estimado em R$ 1,2 milhão.
A Igreja de São Francisco de Assis está localizada no Largo do Cruzeiro de São Francisco, no Pelourinho, um dos principais pontos turísticos de Salvador e reconhecido pela Unesco por sua relevância cultural.
Principais fatos
- O teto da Igreja de São Francisco de Assis, em Salvador, desabou na quarta-feira (05/02/2025), causando a morte de uma turista e ferindo seis pessoas.
- O Iphan havia autuado a ordem religiosa em 2022 por falta de manutenção, mas não recebeu alerta de risco iminente antes do acidente.
- Uma vistoria estava agendada para esta quinta-feira (6), mas o colapso ocorreu antes da inspeção.
- A Polícia Federal e a Polícia Civil da Bahia investigam as causas do desabamento.
- O conjunto histórico, tombado pelo Iphan, passa por um processo de elaboração de projeto de restauração.
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