A entrada do Brasil na OPEP+, prevista para ser discutida nesta semana, pode ser adiada para 2026 conforme informações obtidas pelo portal Poder360. A decisão, que foi anunciada pelo governo brasileiro no final de 2023, enfrenta resistência interna, especialmente no âmbito da diplomacia e do meio ambiente. Embora a Iniciativa de adesão tenha sido impulsionada principalmente pelo Ministério de Minas e Energia, liderado por Alexandre Silveira (PSD), os Ministérios das Relações Exteriores e do Meio Ambiente demonstraram posicionamentos contrários, recomendando uma análise mais cautelosa sobre o impacto da adesão no cenário internacional.
A avaliação do Itamaraty é de que a adesão à OPEP+ neste ano, justamente quando o Brasil sedia a COP30, evento global sobre política ambiental, poderia afetar negativamente a imagem do país em relação aos compromissos com a sustentabilidade. Segundo fontes do governo, a diplomacia brasileira teme que a decisão de integrar o grupo de produtores de petróleo em um momento em que o país se posiciona como anfitrião de discussões sobre mudanças climáticas possa ser vista como uma contradição. A iminente entrada na OPEP+ gera um embate diplomático sobre a compatibilidade entre a produção de petróleo e os compromissos ambientais assumidos pelo Brasil, em um contexto de crescente pressão internacional para uma transição energética.
A adesão ao grupo de países membros da OPEP+ tem como um dos principais objetivos a participação em reuniões de política petrolífera, onde o Brasil poderia influenciar decisões sobre a produção e o mercado de petróleo. Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República, mencionou que a adesão à OPEP+ possibilitaria ao país pressionar por políticas mais alinhadas com a transição energética, uma área onde o Brasil é reconhecido globalmente, especialmente no setor de biocombustíveis. No entanto, a adesão à organização também coloca o Brasil em uma posição delicada, em que interesses econômicos podem colidir com a necessidade de manter uma imagem de responsabilidade ambiental.
Além disso, o impasse no governo brasileiro também se reflete em outros projetos, como o da exploração da Margem Equatorial. O Ministério das Relações Exteriores e o Ministério do Meio Ambiente, liderado por Marina Silva, se posicionaram contra a liberação de pesquisas na Foz do Amazonas, uma área considerada de grande valor ecológico. Por outro lado, o Ministério de Minas e Energia defende o avanço da pesquisa para viabilizar a exploração de recursos naquela região. O presidente Lula tem se mostrado mais vocal em relação a esse tema, acusando o Ibama de atuar “contra o governo” ao negar autorizações para estudos de viabilidade econômica, refletindo um conflito entre as áreas de desenvolvimento econômico e proteção ambiental.
*Com informações da Sputnik News.
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