Albert Ramdin assume liderança da OEA após articulação diplomática internacional; Político é ministro das Relações Exteriores do Suriname

O ministro das Relações Exteriores do Suriname, Albert Ramdin, foi eleito nesta segunda-feira (10/03/2025) como secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA).
Albert Ramchand Ramdin (nascido em 27 de fevereiro de 1958) é um diplomata surinamês e atual Ministro das Relações Exteriores do Suriname, ocupando o cargo desde 16 de julho de 2020 no governo Santokhi.

O ministro das Relações Exteriores do Suriname, Albert Ramdin, foi eleito nesta segunda-feira (10/03/2025) como secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA). A decisão foi tomada durante uma assembleia-geral extraordinária realizada em Washington, onde os 34 países membros decidiram, por aclamação, apoiar o diplomata caribenho.

Ramdin assume o cargo após a desistência do chanceler paraguaio Rubén Ramírez Lezcano, que até então era o principal concorrente. O presidente do Paraguai, Santiago Peña, afirmou que a retirada de Lezcano ocorreu devido à “mudança abrupta e inexplicável” de posição de países aliados. Essa alteração foi resultado de uma articulação diplomática liderada pelo governo brasileiro em conjunto com Chile, Colômbia, Uruguai e Bolívia, que impulsionaram a candidatura de Ramdin e obtiveram o apoio posterior de Costa Rica, Equador e República Dominicana.

A eleição de Ramdin representa uma estratégia para evitar a ascensão de um candidato alinhado ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que buscava influência na entidade por meio do apoio de governos como Argentina e El Salvador.

Trajetória e desafios

Com 67 anos, Ramdin possui um histórico consolidado na OEA, tendo atuado como secretário-geral adjunto entre 2005 e 2015. Sua experiência nos bastidores da organização foi um dos fatores que garantiram apoio de diferentes blocos diplomáticos na América Latina.

O novo secretário-geral assume em um momento de desafios políticos e financeiros para a OEA. Durante a gestão de Luis Almagro, que permanecerá no cargo até 25 de maio, a organização enfrentou questionamentos sobre sua atuação em crises regionais e dificuldades financeiras agravadas pelo corte de repasses por parte dos Estados Unidos.

A administração de Ramdin também deve lidar com instabilidades na Nicargua, Venezuela e Haiti, além do impacto da crescente presença econômica da China na região. Pequim é atualmente observador da OEA, mas seu avanço econômico nos países da América Latina gera debates sobre sua influência nas decisões políticas.

Posicionamento e metas

Em declaração ao Atlantic Council, centro de estudos com sede em Washington, Ramdin destacou a necessidade de manter a neutralidade geopolítica da OEA, evitando envolvimento em disputas internacionais. O novo secretário-geral também ressaltou a importância de fortalecer o papel da entidade em temas como segurança, migração e mudanças climáticas.

A política externa dos Estados Unidos sob a nova administração Trump também representará um desafio. O governo republicano sinalizou intenção de impor tarifas comerciais a parceiros da região e reduzir investimentos em organismos multilaterais, o que pode impactar o orçamento da OEA.

*Com informações da RFI.


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