A Bahia celebra nesta quarta-feira (26/03/2025) o Dia do Cacau em meio a um cenário de crescimento expressivo na produção, exportação e valorização do fruto. Dados oficiais revelam que o estado retomou a liderança nacional na produção de cacau em amêndoas, superando o Pará após cinco anos, e alcançou recordes históricos de exportação, fortalecendo sua posição estratégica no agronegócio brasileiro.
Produção em alta e retorno à liderança nacional
Segundo informações da Pesquisa Agrícola Municipal (PAM), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Bahia alcançou 119 mil toneladas de cacau em 2024, com uma área plantada de 449 mil hectares. O desempenho garantiu ao estado o primeiro lugar na produção nacional, posição que havia perdido em anos anteriores para o Pará.
O resultado é reflexo de investimentos em tecnologia agrícola, expansão de áreas produtivas e incentivo ao cultivo sustentável, especialmente nas regiões do Sul e Baixo Sul baiano, que concentram a maior parte da atividade cacaueira.
Exportações em ritmo acelerado e valorização internacional
Em 2024, a Bahia gerou US$ 434 milhões em exportações de cacau, volume 119% superior ao registrado em 2023, com cerca de 46 mil toneladas exportadas. O bom desempenho foi impulsionado pela valorização do preço internacional da amêndoa, cuja cotação saltou de R$ 22 por quilo no início de 2024 para R$ 46,67 em março de 2025, chegando a atingir quase R$ 60 por quilo em dezembro passado.
A elevação dos preços está diretamente relacionada à queda na produção dos principais países exportadores globais, como Costa do Marfim e Gana, afetados por problemas sanitários que comprometeram suas safras e pressionaram a oferta mundial.
Financiamento e políticas de apoio impulsionam o setor
O Banco do Nordeste (BNB) tem desempenhado papel fundamental no fortalecimento da cacauicultura baiana. Em 2024, o banco destinou R$ 146,4 milhões ao setor, sendo 90% direcionados a produtores familiares. Apenas nos dois primeiros meses de 2025, foram liberados R$ 27,3 milhões, um aumento de 13% em relação ao mesmo período do ano anterior, com um total de 1.364 operações de crédito.
Por meio do Programa de Desenvolvimento Territorial (Prodeter), o BNB promove ações de capacitação técnica, assistência rural e acesso ao crédito. Segundo Marilda Galindo, gerente de desenvolvimento territorial da instituição, a iniciativa tem incentivado o uso de sistemas agroflorestais (SAFs) e contribuído para a sustentabilidade da cadeia produtiva.
“Após o lançamento do Prodeter na região, observamos o estímulo ao sistema agroflorestal com cultivos consorciados, como banana, seringueira, abacate e cajá. Isso tem gerado mais emprego e renda, além de promover melhorias na qualidade de vida das famílias envolvidas”, afirmou Galindo.
Sustentabilidade e produtividade caminham juntas
O incentivo aos SAFs tem se mostrado eficaz na integração entre preservação ambiental e aumento da produtividade. A capacitação técnica promovida pelas entidades parceiras fortalece a base produtiva, estimula a troca de experiências entre agricultores e contribui para a modernização das práticas agrícolas.
A adoção de modelos sustentáveis permite que a Bahia não apenas amplie sua produção, mas o faça de forma resiliente e em conformidade com critérios ambientais, sociais e econômicos, o que aumenta a atratividade do cacau baiano no mercado internacional.
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