Neste sábado (22/03/2025), Dia Mundial da Água, famílias de áreas rurais da Bahia celebram os impactos positivos do acesso à água potável e ao saneamento básico, impulsionados pelo modelo de gestão multicomunitária das Centrais de Águas.
O programa, apoiado pelo Governo do Estado da Bahia, já investiu cerca de R$ 260 milhões, beneficiando as comunidades com sistemas eficientes de abastecimento hídrico. As Centrais de Águas de Seabra, Jacobina e a recém-criada Central de Caetité são exemplos de como a gestão integrada tem transformado a vida de milhares de pessoas.
Investimentos e Parcerias Estratégicas
As ações são conduzidas pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), e pela Companhia de Engenharia Hídrica e de Saneamento da Bahia (CERB), subordinada à Secretaria de Infraestrutura Hídrica e Saneamento (SIHS).
Mais de 146 mil famílias em 508 comunidades rurais, associadas a 224 organizações comunitárias de 41 municípios baianos, já foram beneficiadas, com a instalação de 37 mil ligações domiciliares de água. A meta é instalar outras 20 mil ligações e implantar 183 novos sistemas de abastecimento nos próximos anos.
Novas Centrais de Abastecimento
A expansão do programa prevê a instalação de três novas Centrais de Águas nos municípios de Vitória da Conquista, Ribeira do Pombal e Feira de Santana, com um investimento total de US$ 40 milhões. As ações futuras serão realizadas em parceria com a Embasa, Casa Civil e o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), além do suporte técnico da CERB/SIHS.
Modelo de Gestão Multicomunitária
O modelo das Centrais de Águas é reconhecido pela gestão profissionalizada dos sistemas rurais, que assegura a distribuição de água segura, a longevidade das estruturas de abastecimento e a redução de doenças de veiculação hídrica. Além disso, promove a preservação dos mananciais e o fortalecimento das associações comunitárias.
Relatos das Comunidades Beneficiadas
Alaelde Nascimento, moradora do povoado de Urubu, no município de Miguel Calmon, destaca as dificuldades enfrentadas antes da chegada da Central. “Tínhamos que buscar água em outro povoado e, quando o rio secava, era ainda mais difícil. Hoje, com a Central, nossa realidade mudou”, afirma.
O presidente da Associação do Povoado do Urubu, Edvaldo Amâncio da Rocha, informa que o sistema atende 16 povoados e mais de 400 famílias.
“Sem água, muita gente já teria deixado o campo. Hoje, com o abastecimento garantido, as famílias estão voltando para as roças e investindo em novas moradias”, afirma.
Em Brumado, o presidente da Associação de Várzea de Areia, Juscelino Dias Teixeira, relata a mudança ocorrida no distrito de Cristalândia:
“Hoje, mais de 700 famílias são atendidas pela Central de Caetité. Antes, dependíamos de caminhão-pipa. Agora, temos água de qualidade nas torneiras”.
Já em Jacobina, a presidente da Associação de Olhos D’Água, Zamire Sousa da Cruz, destaca a autonomia proporcionada pela gestão local.
“O operador é da própria comunidade, o que facilita o processo. Mesmo em períodos de seca, as famílias mantêm o acesso à água potável”, explica.
Impactos na Sustentabilidade e na Qualidade de Vida
O abastecimento regular de água tem promovido melhorias significativas na qualidade de vida das comunidades rurais da Bahia. Além de garantir o acesso a um recurso essencial, o modelo multicomunitário tem contribuído para a fixação das famílias no campo, o desenvolvimento da agricultura familiar e a redução das desigualdades regionais.
As Centrais de Águas também colaboram para a sustentabilidade ambiental, ao assegurar a gestão adequada dos recursos hídricos e evitar a exploração predatória dos mananciais locais.
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