Os líderes da União Europeia (UE) aprovaram nesta quinta-feira (07/03/2024) um plano para fortalecer a segurança do bloco, aumentando investimentos na indústria de defesa. A decisão ocorre após a suspensão do apoio militar dos Estados Unidos à Ucrânia e ameaças de retirada do suporte europeu. A medida busca ampliar a capacidade militar da UE, reduzindo a dependência de aliados externos.
O novo plano permitirá que os Estados-membros flexibilizem regras fiscais para expandir orçamentos militares. O objetivo é elevar os gastos com defesa a um nível inédito desde a Guerra Fria, com a soma dos orçamentos nacionais chegando a 650 bilhões de euros, além de 150 bilhões de euros em financiamentos da Comissão Europeia. Parte desses recursos será destinada à compra conjunta de armamentos.
A decisão foi aprovada pelos 27 países-membros da UE, acelerando sua implementação. A proposta também recomenda que a Comissão Europeia crie mecanismos para facilitar investimentos na indústria de defesa.
Mudança na estratégia de segurança
O primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, defendeu que a UE fortaleça suas capacidades militares para lidar com ameaças externas. A recente postura dos EUA gera preocupação entre os europeus, que temem que a Rússia amplie suas ofensivas caso o apoio militar norte-americano diminua.
O bloco também busca demonstrar a Washington que pode se fortalecer militarmente, mas reforça que a segurança da Europa depende da manutenção do apoio dos EUA.
Divisões sobre o apoio à Ucrânia
Apesar da aprovação do plano, os líderes europeus não chegaram a um consenso sobre o envio de novos recursos para a Ucrânia. A Hungria, liderada por Viktor Orbán, se opôs a medidas que ampliem o financiamento militar a Kiev, alegando que isso prolongaria o conflito.
No entanto, os demais países da UE concordaram que qualquer negociação de paz deve envolver tanto a Ucrânia quanto os europeus, reafirmando o compromisso com a segurança regional.
Questão dos ativos russos
Outro ponto de divergência foi a possibilidade de confiscar 210 bilhões de euros em ativos russos congelados na UE. Enquanto a Ucrânia e alguns Estados-membros pressionam pela liberação desses fundos para financiar a defesa de Kiev, a Bélgica e outros países, como França e Alemanha, resistem à medida, temendo impactos negativos no sistema financeiro europeu.
Negociações entre Ucrânia e EUA
O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, anunciou que retomará conversas com os EUA na próxima semana para discutir um possível acordo de cessar-fogo. Ele viajará à Arábia Saudita para tratar do tema com representantes internacionais.
Zelenski afirmou que a Ucrânia está disposta a negociar, desde que haja garantias de segurança, incluindo a suspensão dos ataques à infraestrutura do país e a liberação de prisioneiros de guerra.
Reação russa à declaração de Macron
A Rússia criticou o presidente francês, Emmanuel Macron, por sugerir que a França poderia usar seu arsenal nuclear para proteger aliados europeus. O governo russo classificou a declaração como “chantagem nuclear” e alertou que essa possibilidade será considerada em seu planejamento estratégico.
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