Líderes da União Europeia aprovam plano para reforçar defesa do bloco

António Luís Santos da Costa, presidente do Conselho Europeu.
António Luís Santos da Costa, presidente do Conselho Europeu.

Os líderes da União Europeia (UE) aprovaram nesta quinta-feira (07/03/2024) um plano para fortalecer a segurança do bloco, aumentando investimentos na indústria de defesa. A decisão ocorre após a suspensão do apoio militar dos Estados Unidos à Ucrânia e ameaças de retirada do suporte europeu. A medida busca ampliar a capacidade militar da UE, reduzindo a dependência de aliados externos.

O novo plano permitirá que os Estados-membros flexibilizem regras fiscais para expandir orçamentos militares. O objetivo é elevar os gastos com defesa a um nível inédito desde a Guerra Fria, com a soma dos orçamentos nacionais chegando a 650 bilhões de euros, além de 150 bilhões de euros em financiamentos da Comissão Europeia. Parte desses recursos será destinada à compra conjunta de armamentos.

A decisão foi aprovada pelos 27 países-membros da UE, acelerando sua implementação. A proposta também recomenda que a Comissão Europeia crie mecanismos para facilitar investimentos na indústria de defesa.

Mudança na estratégia de segurança

O primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, defendeu que a UE fortaleça suas capacidades militares para lidar com ameaças externas. A recente postura dos EUA gera preocupação entre os europeus, que temem que a Rússia amplie suas ofensivas caso o apoio militar norte-americano diminua.

O bloco também busca demonstrar a Washington que pode se fortalecer militarmente, mas reforça que a segurança da Europa depende da manutenção do apoio dos EUA.

Divisões sobre o apoio à Ucrânia

Apesar da aprovação do plano, os líderes europeus não chegaram a um consenso sobre o envio de novos recursos para a Ucrânia. A Hungria, liderada por Viktor Orbán, se opôs a medidas que ampliem o financiamento militar a Kiev, alegando que isso prolongaria o conflito.

No entanto, os demais países da UE concordaram que qualquer negociação de paz deve envolver tanto a Ucrânia quanto os europeus, reafirmando o compromisso com a segurança regional.

Questão dos ativos russos

Outro ponto de divergência foi a possibilidade de confiscar 210 bilhões de euros em ativos russos congelados na UE. Enquanto a Ucrânia e alguns Estados-membros pressionam pela liberação desses fundos para financiar a defesa de Kiev, a Bélgica e outros países, como França e Alemanha, resistem à medida, temendo impactos negativos no sistema financeiro europeu.

Negociações entre Ucrânia e EUA

O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, anunciou que retomará conversas com os EUA na próxima semana para discutir um possível acordo de cessar-fogo. Ele viajará à Arábia Saudita para tratar do tema com representantes internacionais.

Zelenski afirmou que a Ucrânia está disposta a negociar, desde que haja garantias de segurança, incluindo a suspensão dos ataques à infraestrutura do país e a liberação de prisioneiros de guerra.

Reação russa à declaração de Macron

A Rússia criticou o presidente francês, Emmanuel Macron, por sugerir que a França poderia usar seu arsenal nuclear para proteger aliados europeus. O governo russo classificou a declaração como “chantagem nuclear” e alertou que essa possibilidade será considerada em seu planejamento estratégico.


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