A 3ª Vara Criminal da Comarca de Feira de Santana condenou seis pessoas por organização criminosa e lavagem de dinheiro, em desdobramento da Operação Kariri, conduzida pelo Ministério Público do Estado da Bahia (MPBA). A sentença foi proferida nesta terça-feira, com penas que variam de cinco a 16 anos de reclusão. O grupo criminoso, de perfil familiar, atuava no tráfico de drogas e na ocultação de ativos ilícitos por meio da aquisição de imóveis de alto padrão, veículos e fazendas.
Grupo criminoso lavava dinheiro por meio de bens de alto valor
Segundo o MPBA, a organização movimentava recursos provenientes do tráfico de drogas em Feira de Santana e municípios vizinhos, utilizando mecanismos sofisticados para ocultar a origem ilícita dos valores. A Justiça determinou o confisco definitivo de 11 imóveis, 15 veículos e mais de 500 cabeças de gado, que ainda serão periciados, podendo atingir valor estimado em R$ 50 milhões.
Liderança do esquema estava concentrada na família Umbuzeiro
O grupo era liderado por Rener Umbuzeiro, já falecido. As principais penas foram atribuídas à sua esposa, Niedja Maria de Lima Souza Umbuzeiro, e à filha, Larissa Gabriela Lima Umbuzeiro, ambas condenadas a 16 anos e seis meses de prisão. Conforme as investigações, Niedja e Larissa operavam o núcleo financeiro da organização, sendo responsáveis por movimentações e ocultações patrimoniais. Larissa foi identificada como a principal articuladora da lavagem de dinheiro.
Condenados e funções no esquema
Além das duas líderes, foram também condenados:
-
Clênia Maria Lima Bernardes (irmã de Niedja);
-
Paulo Victor Bezerra Lima (esposo de Larissa);
-
Gabriela Raizila Lima de Souza (sobrinha de Niedja);
-
Robélia Rezende de Souza.
Todos foram acusados de participação ativa no esquema de lavagem e no registro fraudulento de bens em nome de terceiros, conhecidos como laranjas, com o objetivo de dificultar o rastreamento dos ativos.
Provas reunidas pelo MPBA sustentam condenações
A denúncia do MPBA foi fundamentada em um conjunto robusto de provas, incluindo:
-
Apreensões de entorpecentes, especialmente maconha;
-
Relatórios de inteligência financeira, oriundos do COAF/UIF;
-
Interceptações telefônicas e telemáticas;
-
Documentação bancária e imobiliária;
-
Depoimentos de testemunhas e dos próprios réus.
Esses elementos permitiram à Justiça confirmar o envolvimento direto dos condenados nas práticas de lavagem de capitais e tráfico de drogas, bem como na gestão oculta do patrimônio oriundo de atividades ilícitas.
Condenados poderão recorrer em liberdade
Apesar das penas aplicadas, a sentença autoriza que os réus recorram em liberdade. A defesa poderá apresentar recurso às instâncias superiores, o que poderá alterar o cumprimento das penas caso haja modificação na decisão.
Impacto da decisão e continuidade das ações judiciais
A condenação representa mais uma etapa do combate ao crime organizado e à lavagem de dinheiro na Bahia, com foco na estruturação financeira de grupos criminosos. O confisco de bens de alto valor e a responsabilização penal dos envolvidos sinalizam o avanço das estratégias de repressão patrimonial adotadas pelo Ministério Público e pelo Judiciário.
Share this:
- Click to print (Opens in new window) Print
- Click to email a link to a friend (Opens in new window) Email
- Click to share on X (Opens in new window) X
- Click to share on LinkedIn (Opens in new window) LinkedIn
- Click to share on Facebook (Opens in new window) Facebook
- Click to share on WhatsApp (Opens in new window) WhatsApp
- Click to share on Telegram (Opens in new window) Telegram
Relacionado
Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)
Subscribe to get the latest posts sent to your email.




