O que diz o testamento do Papa Francisco 

Segunda-feira (29/06/2022) – O conteúdo do testamento do Papa Francisco foi tornado público, revelando a decisão pessoal do Santo Padre sobre o local de sua sepultura. Em documento redigido no Vaticano e assinado no dia 29 de junho de 2022, Francisco solicita que seus restos mortais sejam depositados na Basílica Papal de Santa Maria Maior, em Roma, sem qualquer decoração especial e com uma única inscrição: Franciscus.

A escolha está profundamente ligada à sua espiritualidade e ao seu pontificado, marcado por frequentes visitas à Basílica antes e após suas viagens apostólicas, conforme expressado no próprio testamento.

“Desejo que a minha última viagem terrena se conclua precisamente neste antiquíssimo santuário Mariano”, afirmou.

Local da sepultura e orientações financeiras

Segundo o documento, o túmulo deverá ser preparado no chão, de maneira simples, localizado entre a Capela Paulina (Salus Populi Romani) e a Capela Sforza, dois espaços de significativa importância devocional na Basílica de Santa Maria Maior.

O Papa determinou que as despesas do sepultamento sejam custeadas com recursos de um benfeitor previamente designado, e repassados sob orientação do Arcebispo Rolandas Makrickas, Comissário Extraordinário do Cabido da Basílica.

Devoção Mariana e legado espiritual

No testamento, Francisco reafirma sua devoção à Virgem Maria, a quem confiou toda a sua vida sacerdotal e episcopal. Essa devoção mariana está presente desde o início de seu pontificado, quando escolheu visitar Santa Maria Maior como primeiro ato público após sua eleição, em 2013. A imagem de Salus Populi Romani, presente na Capela Paulina, é considerada um dos ícones mais venerados de Roma.

A escolha da simplicidade no sepultamento não é apenas simbólica, mas também representa uma continuidade da postura pastoral adotada por Francisco ao longo dos anos, marcada por sobriedade e desapego material.

Reflexões finais e mensagem à humanidade

O Papa encerra seu testamento com um agradecimento àqueles que rezaram por ele e uma oferta do sofrimento vivido nos últimos anos de vida “pela paz no mundo e pela fraternidade entre os povos”. Tal mensagem se alinha à constante ênfase de seu pontificado sobre a construção de pontes entre culturas, religiões e nações, com foco na dignidade humana e na justiça social.