Presidente Donald Trump eleva tarifas contra a China para 145%, pressiona mercados e reacende temor de recessão global; Xí Jìnpíng reage

President Donald Trump attends an event celebrating Women’s History Month, Wednesday, March 26, 2025, in the East Room of the White House. (Official White House Photo by Daniel Torok)

Nesta quinta-feira (10/04/2025), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma pausa de 90 dias na imposição de tarifas sobre importações de dezenas de países, reduzindo temporariamente a tarifa recíproca para 10%. No entanto, manteve e ampliou a taxação sobre produtos chineses para 125%, em resposta à retaliação de Pequim, que impôs tarifas de 84% sobre produtos americanos.

Motivações econômicas e reação dos mercados

O recuo parcial de Trump, divulgado por meio de sua rede Truth Social, foi interpretado por analistas como uma resposta direta ao colapso dos mercados financeiros nos dias anteriores. Wall Street sofreu perdas expressivas, seguidas por uma recuperação após o anúncio da pausa tarifária. O índice S&P 500 subiu 9,5%, o Nasdaq cresceu 12% e o Dow Jones avançou 7,87%.

Trump justificou a decisão como parte de uma estratégia planejada, mas reconheceu que observava com atenção o mercado de títulos do Tesouro, cuja instabilidade aumentou o custo de financiamento da dívida federal, estimada em US$ 36 trilhões.

China reage com retaliações e discurso firme

Em resposta às medidas americanas, o governo chinês elevou as tarifas para 84% e afirmou que continuará a “lutar até o fim”. O Ministério das Finanças da China classificou a ofensiva tarifária como “unilateralismo, protecionismo e intimidação econômica”. Analistas destacam a vulnerabilidade da economia chinesa, que enfrenta crise imobiliária, desemprego juvenil elevado e dependência das exportações.

Pequim estuda contramedidas adicionais, como restrições à exportação de terras raras e estímulos ao consumo interno, especialmente nos setores de tecnologia, inteligência artificial e semicondutores, como forma de fortalecer a autonomia econômica frente às pressões externas.

União Europeia adia resposta e busca acordo com os EUA

Também nesta quinta-feira (10/04/2025), a União Europeia (UE) anunciou o adiamento por 90 dias da adoção de contramedidas, após o gesto de Trump. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que a UE permanece aberta a negociações, mas mantém preparadas tarifas de retaliação sobre produtos americanos como aço, alumínio e soja.

Impactos geopolíticos e incertezas econômicas

A guerra comercial intensificada entre Estados Unidos e China fragiliza o sistema multilateral de comércio e aumenta os riscos de uma recessão global. O Brasil, embora tenha sido incluído na tarifa básica de 10%, não retaliou e mantém canais diplomáticos abertos. O presidente Lula afirmou que “guerras comerciais não têm vencedores” e defendeu o multilateralismo.


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