STF intima Jair Bolsonaro na UTI por tentativa de golpe de Estado: Ex-presidente reage com críticas e declarações polêmicas

Na quarta-feira, 23/04/2025, Jair Bolsonaro foi intimado pessoalmente no hospital, em Brasília, sobre processo penal aberto no STF por tentativa de golpe de Estado. A Corte justificou a legalidade da intimação hospitalar com base em aparições públicas recentes do ex-presidente. Bolsonaro reagiu com críticas ao Judiciário, comparações históricas controversas e reafirmações políticas, enquanto segue internado em UTI após cirurgia abdominal.
Ex-presidente Jair Bolsonaro é intimado pela Justiça em leito de UTI no DF, após abertura de processo penal no STF por tentativa de golpe em 2022.

Na quarta-feira, 23/04/2025, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi pessoalmente intimado, enquanto se encontrava internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em Brasília, sobre a abertura de processo penal que o acusa de liderar uma tentativa de golpe de Estado após as eleições presidenciais de 2022. A intimação foi realizada por uma oficial de Justiça e registrada em vídeo, posteriormente divulgado pelo próprio Bolsonaro em suas redes sociais.

Intimação e defesa prévia

A intimação pessoal é uma etapa essencial do rito processual penal e exige a assinatura do réu. Após a notificação, Bolsonaro dispõe de cinco dias úteis para apresentar sua defesa prévia, incluindo a indicação de testemunhas e provas a serem utilizadas.

O Supremo Tribunal Federal (STF), por meio de despacho do ministro Alexandre de Moraes, afirmou que a medida seguiu rigorosa observância ao devido processo legal. Em nota oficial, a Corte explicou que a intimação foi realizada após o ex-presidente aparecer publicamente em entrevista ao SBT Brasil e em transmissão ao vivo com seus filhos, o que demonstraria “capacidade cognitiva e operacional para receber a citação penal”.

O STF acrescentou que não há ilegalidade na realização da intimação hospitalar, desde que respeitadas as condições médicas do paciente e com ciência da equipe de saúde responsável. A Corte ainda destacou que a medida visou assegurar o andamento do processo diante da ausência de previsão de alta do hospital.

Reação e declarações de Bolsonaro

Durante os 11 minutos de conversa com a oficial da Justiça, Bolsonaro demonstrou insatisfação com o momento da intimação. Comparou a atuação da servidora com a de funcionários de tribunais nazistas, sugerindo que ela estaria apenas cumprindo ordens. Declarou ainda que o STF atua “de forma sigilosa”, embora o processo contra ele seja público e com provas acessíveis às defesas.

O ex-presidente também questionou a validade da ação penal, afirmando que deveria ser anulada após o arquivamento, a pedido da PGR, da investigação sobre falsificação de cartão de vacinação — investigação que originou a apreensão do celular de Mauro Cid, peça-chave na coleta de provas sobre a suposta tentativa de golpe.

Estado de saúde e internação

Bolsonaro está internado desde o dia 11/04/2025 por complicações derivadas da facada sofrida em 2018 durante a campanha presidencial. Passou por uma cirurgia abdominal no dia 13/04, sendo esta a sexta intervenção desde o atentado. Seu estado de saúde permanece delicado e sem previsão de alta da UTI.

Durante o procedimento de intimação, Bolsonaro chegou a se exaltar e gritar com um auxiliar, sendo alertado sobre o aumento de sua pressão arterial. Em reação, retirou um dos dispositivos que monitoravam seus sinais vitais.

Declarações adicionais e contexto político

O ex-presidente afirmou durante a intimação que “eleição sem Jair Bolsonaro é uma negação da democracia”, reiterando que não pretende deixar o país. A afirmação ocorre no contexto de crescente tensão institucional entre o ex-mandatário e o Supremo Tribunal Federal.

Avanço do processo penal e outros réus

Além de Bolsonaro, estão entre os réus principais os ex-ministros Walter Braga Netto, Anderson Torres, Alexandre Ramagem, Paulo Sérgio Nogueira, Augusto Heleno, e Almir Garnier, além do tenente-coronel Mauro Cid. Até o momento, Cid, Heleno e Garnier já apresentaram suas defesas prévias.

A acusação formulada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) sustenta que Bolsonaro teria coordenado articulações institucionais e militares com vistas à anulação das eleições de 2022, buscando impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

*Com informações do Jornal Folha de S.Paulo.

Confira vídeo


Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe to get the latest posts sent to your email.

Facebook
Threads
WhatsApp
Twitter
LinkedIn

Deixe um comentário

Discover more from Jornal Grande Bahia (JGB)

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading

Privacidade e Cookies: O Jornal Grande Bahia usa cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com o uso deles. Para saber mais, inclusive sobre como controlar os cookies, consulte: Política de Cookies.