O vice-almirante Gustavo Calero Garriga Pires assumiu, no dia 27 de março de 2025, o comando do 2º Distrito Naval na Bahia. Considerado um dos mais importantes comandos da Marinha do Brasil devido à sua importância estratégica (abrange a Bahia e Sergipe), esse distrito é vital para a defesa de nossas fronteiras marítimas, cuja soberania se estende numa faixa que corre junto ao litoral com largura de 22 km (12 milhas náuticas), controlando um território marítimo de 3,6 milhões de km2, e se estende da foz do rio Oiapoque, no cabo Orange, na divisa do Amapá com a Guiana Francesa, ao norte, até o arroio Chuí, na divisa do Rio Grande do Sul com o Uruguai. A linha costeira brasileira tem uma extensão de 7.367 km, constituída principalmente de praias de mar aberto, correspondendo a 32% de toda a extensão fronteiriça nacional. Isso representa um fator propício ao nosso desenvolvimento econômico pois a grande diversidade de paisagens litorâneas favorece a instalação de portos, desenvolvimento da pesca e a exploração de recursos energéticos encontrados nas profundezas marinhas, como o petróleo e gás natural.
Tudo isso está sob a proteção da Marinha, sendo que a parte correspondente ao 2º Distrito Naval está sob a responsabilidade do vice-almirante Garriga. Natural do Rio de Janeiro (RJ), Garriga, em seu discurso de posse, disse que “O Comando do 2º Distrito Naval é um dos comandos de força da Marinha do Brasil mais relevantes e admirados dentro de nosso país. Tal situação advém da importância estratégica dos estados de Bahia e Sergipe, nos quais a MB se esmera historicamente em bem cumprir suas tarefas”.
Antes de ser designado para o Com2ºDN, Garriga ocupava o cargo de Diretor da Escola de Guerra Naval e comandou diversos navios de patrulha. Na área terrestre e administrativa exerceu inúmeras funções importantes: foi Comandante do corpo de Aspirante da Escola Naval, Comandante do Centro integrado de Segurança Marítima, Subchefe de Operações do Comando de Operações Navais e Comandante de Operações Marítimas e Proteção da Amazônia Azul. Foi também Diretor da Escola de Guerra Naval. Entre as condecorações recebidas destacam-se a Ordem do Mérito Naval (grau de Comendador), Ordem do Mérito Judiciário Militar (Alta Distinção), Medalha da Vitória, Medalha Militar de Ouro (passador de ouro), Medalha Mérito Tamandaré, Medalha Prêmio Faraday e Medalha Prêmio Conde de Anadia. Ao terminar o Curso da Escola superior de Guerra, apresentou uma importante monografia para a obtenção do seu diploma do Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia (CAEPE), 2018. Casado com Andrea Garriga, é pai de três filhos. Garriga, além de militar, é também diplomata no trato politico e social. Hábil nas negociações e resoluções de problemas, conhece como poucos a vida militar do país, sua política interna e externa, atuando como um verdadeiro representante do Brasil perante as diferentes culturas e ambientes. Os desafios do cargo que ocupa são tão variados quanto as águas navegadas. Exigem agilidade, resistência e capacidade de trabalhar em equipe, além de comandá-la e adaptá-la para as situações imprevistas. Mas é, antes de tudo, um marinheiro, garantindo a segurança e a eficiência da navegação no Brasil e a defesa dos nossos mares.
Sob sua liderança, a Escola de Guerra Naval (EGN) inaugurou o inovador Curso de Extensão em Economia do Mar e Governança do Oceano. Com enfoque estratégico, o curso se propõe a formar uma nova geração de especialistas capacitados a lidar com os desafios e oportunidades que o mar apresenta em um cenário onde a economia é extremamente importante. O termo almirante significa comandante do mar, chefe de um conjunto de navios. É a designação genérica da mais alta patente de oficial general de nossas forças navais. Esse posto veio substituir o antigo posto de general de galés, cabdel das galés ou cabdel dos navios, que existiam nas marinhas de alguns dos estados medievais europeus.
Garriga é vice-almirante, possuindo três estrelas como galão. Em breve será almirante de esquadra, quando adquirirá sua quarta e última estrela, que, desde já, está sob a proteção do Senhor do Bomfim e guiada pelo Farol da Barra, criado para auxiliar as embarcações que chegavam à Baia de Todos os Santos, considerada por Aleixo Belov como a Bahia mais bonita do mundo. Mas, no fundo, Garriga é simplesmente um marinheiro, que sabe que não pode mudar o vento, mas pode ajustar as velas do barco para chegar onde quer. E ele chegará a almirante de esquadra porque assim o quer o destino, muito embira, no seu coração, o que ele realmente é está na frase do Almirante Joaquim Marques Lisboa, marquês de Tamandaré e Patrono da Marinha: “Sou marinheiro e outra coisa não quero ser”
*Luiz Holanda, advogado e professor universitário.
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