Vereador Kiki Bispo questiona impacto ambiental de obra do Governo da Bahia em Salvador e convida Caetano Veloso

Vereador Kiki Bispo cobra transparência do governo estadual e critica supressão de árvores durante construção de via na Avenida 29 de Março.

Durante sessão ordinária na Câmara Municipal de Salvador, o vereador Kiki Bispo (União Brasil) questionou os impactos ambientais causados pelas obras do Governo do Estado na construção da ligação da Avenida 29 de Março ao bairro de Cajazeiras. O parlamentar apontou que a intervenção estaria promovendo a retirada de diversas árvores, sem que houvesse manifestação de setores historicamente engajados em pautas ambientais.

Críticas à supressão de vegetação e ausência de protestos

Kiki Bispo denunciou a retirada de árvores na região de Cajazeiras e cobrou coerência de ativistas e aliados do governo estadual. A crítica se estendeu à ausência de manifestações públicas semelhantes às que ocorreram durante a construção do BRT pela Prefeitura de Salvador, quando entidades e personalidades se mobilizaram em protesto contra intervenções urbanas.

“Para a via nova, se derrubou milhares de árvores. Mas eu não vejo nenhum representante nesta Casa propondo abraçaço ou qualquer coisa semelhante. Não vejo nenhum ambientalista”, afirmou Kiki.

O vereador também fez menção ao vereador Claudio Tinoco (União Brasil), que já havia se posicionado contra a canalização de rios e a supressão de vegetação no Subúrbio Ferroviário, em razão das obras do VLT e da duplicação da Estrada do Derba.

Convocação a Caetano Veloso e críticas à Embasa

Em um apelo simbólico, Kiki Bispo convocou o cantor Caetano Veloso, conhecido por sua militância em causas ambientais, para se manifestar sobre a situação em Cajazeiras.

“Eu vi a crítica dele ao BRT e tenho certeza que ele, como bom defensor do meio ambiente, vai se associar à nossa fala. As máquinas estão lá funcionando, derrubando árvores. A motosserra está afiada e não se vê uma voz se levantando para defender o povo de Cajazeiras”, declarou.

Além do impacto ambiental, o parlamentar apontou problemas de infraestrutura sanitária na região, citando a existência de sete “penicões” (valas de esgoto a céu aberto) em Cajazeiras. Segundo ele, a situação caracteriza uma forma de racismo ambiental, pela negligência do poder público em áreas periféricas e de maior vulnerabilidade social.

“Espero que o governador tenha passado pelos penicões de Cajazeiras. É um presente que a Embasa dá aos moradores. Espero que ele tome providências”, concluiu o vereador.

Implicações ambientais e repercussão política

A intervenção denunciada por Kiki Bispo ocorre no contexto das obras de mobilidade urbana do governo estadual, que visam integrar bairros populosos de Salvador ao sistema viário principal. Contudo, as críticas levantam questionamentos sobre a ausência de estudos ambientais divulgados publicamente, a falta de diálogo com a comunidade local e a suposta omissão de setores ambientalistas diante de intervenções promovidas por gestores alinhados ao campo progressista.

A fala do vereador também repercute no cenário político local, ao estabelecer um contraponto entre a atuação do Governo do Estado e da Prefeitura de Salvador, reiterando a narrativa de dois pesos e duas medidas no debate sobre desenvolvimento urbano e preservação ambiental.


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