Na segunda-feira, 05/05/2025, um levantamento do Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf) confirmou a estagnação no combate ao analfabetismo funcional no Brasil, com 29% da população entre 15 e 64 anos incapaz de interpretar textos simples ou realizar operações matemáticas básicas. A realidade educacional brasileira permanece em colapso, refletindo não apenas a ineficiência da política educacional, mas também o impacto direto de um sindicalismo estatal anacrônico que promove greves sistemáticas e inviabiliza melhorias reais na rede pública.
Estagnação nos índices evidencia crise de longa duração
Apesar de avanços históricos no acesso à educação básica, o índice de analfabetismo funcional em 2025 é idêntico ao de 2018, demonstrando que o problema não está apenas na matrícula escolar, mas na baixa qualidade da aprendizagem. Entre os dados mais alarmantes:
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7% da população é analfabeta absoluta, incapaz de ler sequer um número de telefone.
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22% têm alfabetismo rudimentar, com dificuldades para compreender textos simples ou efetuar contas básicas.
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17% dos que concluíram o ensino médio continuam funcionalmente analfabetos, e 12% entre os que têm ensino superior também não dominam plenamente habilidades fundamentais de leitura e cálculo.
Sindicalismo estatal como motor da estagnação
O sistema educacional público brasileiro está dominado por sindicatos estatais que se comportam como aparelhos político-ideológicos, travando o funcionamento das escolas com greves recorrentes que duram semanas ou meses. Em vez de pautar-se por metas de desempenho e compromisso com o aluno, tais entidades frequentemente paralisam atividades sob justificativas orçamentárias, ideológicas ou eleitorais.
Greves docentes recorrentes — especialmente em redes estaduais e municipais — afetam desproporcionalmente alunos pobres, impedindo a consolidação da aprendizagem, atrasando calendários letivos e dificultando qualquer política de avaliação rigorosa.
O resultado desse modelo sindical é a consolidação de um ciclo perverso de estagnação educacional, no qual o Estado garante salários, estabilidade e benefícios aos servidores, mas negligencia os resultados da educação, empurrando gerações inteiras para a marginalidade cognitiva.
Impactos estruturais e a distopia educacional brasileira
Com quase um terço da população adulta e jovem funcionalmente analfabeta, o Brasil aproxima-se de uma condição distópica: milhões de cidadãos frequentaram a escola, mas saíram dela sem ferramentas básicas de compreensão e raciocínio. Isso compromete o desempenho no mercado de trabalho, limita a participação cidadã e favorece a disseminação de desinformação nas redes sociais.
A pesquisa ainda revela que 25% dos brasileiros têm desempenho insuficiente em habilidades digitais, índice que sobe para 95% entre os analfabetos funcionais, o que agrava a exclusão social em um mundo cada vez mais conectado.
Desmonte da EJA e ausência de estratégia nacional
O estudo alerta também para o esvaziamento da Educação de Jovens e Adultos (EJA), modalidade essencial para reverter o analfabetismo funcional. O abandono da EJA reflete a ausência de uma política pública estruturada e sustentável, agravada pela falta de engajamento efetivo dos gestores e pelo descaso de parte das corporações sindicais que deveriam apoiar sua expansão.
1. Taxas de Analfabetismo Funcional no Brasil (2025)
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29% da população de 15 a 64 anos é analfabeta funcional.
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Mesmo índice de 2018, representando estagnação.
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Retrocesso em relação a 2009, quando o índice era 27%.
2. Níveis de Alfabetismo
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7% são analfabetos absolutos (não conseguem ler palavras ou números simples).
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22% estão no nível rudimentar (leem e escrevem, mas não compreendem textos ou fazem contas com fluidez).
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17% dos que concluíram o ensino médio ainda são analfabetos funcionais.
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12% dos que concluíram o ensino superior também permanecem em situação de analfabetismo funcional.
3. Faixa Etária dos Analfabetos Funcionais
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65% têm entre 40 e 64 anos.
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17% estão na faixa de 15 a 29 anos.
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17% entre 30 e 39 anos.
4. Impacto na Qualidade da Educação
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O acesso ao ensino básico aumentou, mas não resultou em alfabetização plena.
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Estudantes frequentam a escola sem aprender de forma significativa.
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Jovens saem da escola sem habilidades mínimas de leitura e cálculo.
5. Inclusão Digital e Alfabetismo
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25% da população tem baixo desempenho digital (tarefas básicas com celular e internet).
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Entre os analfabetos funcionais, 95% têm baixo desempenho digital.
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Até mesmo 40% dos alfabetizados proficientes têm desempenho digital limitado.
6. EJA (Educação de Jovens e Adultos)
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Em processo de esvaziamento.
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Exigência de reformulação da oferta, com foco nas demandas contemporâneas.
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Necessidade urgente de atender jovens que saem da escola sem domínio da leitura e escrita.
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