A situação financeira das pequenas indústrias brasileiras apresentou novo recuo no primeiro trimestre de 2025, segundo levantamento divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O estudo aponta queda de 1,6 ponto no índice de condições financeiras, que passou de 42 para 40,6 pontos, registrando o segundo trimestre consecutivo de retração. O indicador considera elementos como lucros operacionais e acesso ao crédito e permanece abaixo do patamar de 50 pontos, o que sinaliza percepção negativa do setor.
Além das dificuldades financeiras, o desempenho operacional também recuou, com o índice passando de 44,7 para 44,3 pontos no período. O indicador avalia volume de produção, nível de utilização da capacidade instalada e variação no número de empregados. Ambos os índices permanecem abaixo da zona de estabilidade.
A falta de confiança dos empresários contribui para o cenário adverso. O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) para pequenas empresas caiu pelo quinto mês consecutivo em abril, atingindo 45,6 pontos, ante 46,5 em março. Desde outubro de 2024, o indicador acumula queda de 6,4 pontos, demonstrando deterioração no sentimento empresarial.
As expectativas futuras também se enfraqueceram. O índice que mede a perspectiva dos pequenos negócios quanto ao próprio desempenho caiu para 47,7 pontos em abril, abaixo do patamar registrado no mesmo mês do ano anterior (49,2 pontos), evidenciando incerteza com o futuro do setor.
A demanda interna insuficiente passou a figurar entre as principais dificuldades. No primeiro trimestre de 2025, 26,5% das pequenas indústrias de transformação identificaram a baixa demanda como um dos principais entraves. No trimestre anterior, essa preocupação ocupava a sexta colocação no ranking de obstáculos. A carga tributária elevada lidera a lista, mencionada por 39% das empresas, seguida da escassez ou alto custo de matérias-primas (25,3%).
No segmento da construção civil, o alto custo dos juros foi apontado como a maior dificuldade por 39% dos empresários, seguido pela carga tributária (29,7%) e a falta de demanda (23,7%), que avançou da nona para a terceira posição em apenas um trimestre.
A pesquisa da CNI revela um cenário de pressão sobre as pequenas indústrias, com impactos combinados de restrições financeiras, baixa confiança, queda no desempenho operacional e fragilidade na demanda interna. O estudo reforça a necessidade de políticas públicas voltadas ao estímulo do consumo, à redução do custo do crédito e à recuperação da confiança empresarial no setor.
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