Israel aprova plano de expansão militar e anuncia que há “comida suficiente” em Gaza

Gabinete de segurança israelense aprovou ofensiva para ampliar controle do território palestino.
Gabinete de segurança israelense aprovou ofensiva para ampliar controle do território palestino.

O governo de Israel anunciou a expansão de sua ofensiva militar na Faixa de Gaza, com a meta declarada de “conquistar o território” e neutralizar o Hamas, grupo que controla a região. A decisão foi tomada na noite de domingo (04/05/2025) pelo gabinete de segurança, que também aprovou medidas relacionadas ao fornecimento de ajuda humanitária.

A operação militar, que marca uma nova fase na guerra iniciada em outubro de 2023, busca ainda promover a saída voluntária dos habitantes palestinos. Segundo fontes oficiais, a proposta prevê etapas que devem ser aplicadas progressivamente em diversas áreas do enclave. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu declarou que continuará a defender o plano de evacuação inspirado por Donald Trump.

Durante a reunião, o gabinete avaliou que “há comida suficiente em Gaza” no momento e cogitou que Israel poderá retomar a distribuição de ajuda humanitária, se necessário. A distribuição seria viabilizada por intermédio de uma organização internacional, com o objetivo de impedir que o Hamas controle os suprimentos. Cerca de 4 mil caminhões de ajuda permanecem retidos nas fronteiras, aguardando liberação.

A proposta de auxílio ainda não tem data definida para execução e foi criticada por representantes da ala mais à direita do governo, incluindo o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir. Já a medida de expansão militar foi aprovada por unanimidade e deve envolver o recrutamento de dezenas de milhares de reservistas israelenses.

Reações internas e críticas ao governo

Grupos da sociedade civil e familiares de reféns sequestrados em outubro de 2023 expressaram oposição à nova estratégia. Para o Fórum de Famílias de Reféns, o governo está priorizando o controle territorial em detrimento da libertação dos sequestrados. A entidade divulgou nota classificando a estratégia como “plano Smotrich-Netanyahu”, em referência à influência do ministro das Finanças, Bezalel Smotrich.

A crítica se apoia em pesquisas que indicam que mais de 70% da população israelense deseja a libertação dos reféns como prioridade. O ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023 resultou na morte de 1.218 pessoas em Israel, segundo balanço oficial, e no sequestro de 251 indivíduos, dos quais 58 permanecem detidos e 34 já foram declarados mortos.

Condições em Gaza e novos bombardeios

Segundo a Defesa Civil da Faixa de Gaza, 19 pessoas morreram em ataques israelenses nesta segunda-feira (05/05/2025). Os bombardeios atingiram áreas residenciais no norte do território, incluindo a Cidade de Gaza e Beit Lahiya. As vítimas incluem mulheres e crianças, segundo o porta-voz Mahmoud Bassal.

A ofensiva israelense foi retomada em 18 de março de 2025, após dois meses de trégua com o Hamas. Desde então, a Faixa de Gaza permanece sob bloqueio total, imposto em 2 de março, com impactos diretos sobre o acesso da população a alimentos, medicamentos e abrigo.

Expansão militar e plano geopolítico

O plano de controle da Faixa de Gaza apresentado por Israel tem origem em uma proposta divulgada por Donald Trump em fevereiro de 2025. O projeto previa a transformação do território em uma área sob nova administração, com investimentos estrangeiros. Netanyahu declarou que as negociações para esse modelo “continuam em curso”.

Durante manifestações realizadas no sábado (03/05/2025), israelenses protestaram em Tel-Aviv pelo fim da guerra e pela libertação dos reféns. Entre os manifestantes, opiniões divergentes foram registradas. Parte da população defende a continuidade da operação militar, enquanto outra parcela expressa desconfiança em relação às decisões do governo.

*Com informações da RFI.


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