Emmanuel Macron recebe presidente Lula com honras militares na Esplanada dos Inválidos em Paris

Cerimônia marca o início da visita de Estado do presidente brasileiro à França.
Cerimônia marca o início da visita de Estado do presidente brasileiro à França.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi recepcionado nesta manhã de quinta-feira (05/06/2025) pelo presidente francês, Emmanuel Macron, com honras militares no Pátio de Honra da Esplanada dos Inválidos, em Paris. A cerimônia solene abriu oficialmente a visita de Estado de dois dias do chefe de Estado brasileiro à França.

O evento, que durou aproximadamente 25 minutos, reuniu cerca de 50 convidados, incluindo ministros brasileiros, diplomatas e autoridades dos dois países. A recepção seguiu o protocolo oficial, com a execução dos hinos nacionais do Brasil e da França, além da passagem em revista das tropas da Guarda Republicana francesa. Lula recebeu as honras militares do Estado francês.

Após a solenidade, o presidente brasileiro e a primeira-dama, Rosângela da Silva (Janja), foram escoltados pela Cavalaria da Guarda Republicana até o Palácio do Eliseu, onde aconteceu a primeira reunião bilateral entre Lula e Macron. O encontro foi ampliado aos ministros das duas delegações e abordou temas de interesse comum.

Na sequência, os dois presidentes participaram de uma cerimônia de assinatura de acordos de cooperação, seguida de uma declaração conjunta à imprensa. Está previsto também um almoço oficial no Eliseu.

Agenda diplomática e econômica

Durante a tarde, Lula é o convidado de honra da Academia Francesa, tornando-se o segundo brasileiro a participar de uma sessão privada da instituição, após Dom Pedro II, em 1872. Posteriormente, o presidente será recebido pela prefeita de Paris, Anne Hidalgo, e terá um encontro com a comunidade brasileira residente na França.

A visita ocorre em um contexto de fortalecimento das relações bilaterais, com foco em parcerias nas áreas de transição energética, inteligência artificial, proteção ambiental e minerais críticos.

Encontro com investidores e empresas

A comitiva brasileira conta com oito ministros e parlamentares. O ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, destacou que o objetivo é atrair investimentos estrangeiros, especialmente nos setores de energia e infraestrutura.

Trazendo seus ministros, ele integra as diversas áreas do governo à economia global e, consequentemente, atrai mais recursos para o Brasil“, afirmou Silveira.

Na sexta-feira (06/06), Silveira se reunirá com o presidente da EDF, líder mundial em energia nuclear. A empresa francesa tem participação em projetos de energia renovável e na construção da usina nuclear Angra 3, no Brasil.

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, também destacou os interesses logísticos. “Queremos ampliar os voos da Air France para o Brasil e captar investimentos da CMA CGM, que projeta aportes entre 5 e 6 bilhões de reais no setor portuário brasileiro“, declarou. Ele ainda mencionou negociações com a Vinci, que administra aeroportos no Brasil e na França.

Divergências sobre o Acordo Mercosul-União Europeia

Apesar da convergência em temas como defesa do meio ambiente, regulação das big techs e promoção do multilateralismo, persiste uma divergência sobre o Acordo Mercosul-União Europeia.

O presidente Lula tenta convencer Macron a apoiar a ratificação do tratado, mas o governo francês mantém resistência, alegando que o texto atual não atende às exigências ambientais e à proteção do setor agrícola francês.

Análise da imprensa francesa

O jornal econômico Les Echos destacou que a relação entre Brasil e França busca construir uma aliança entre Norte e Sul em um cenário global fragmentado. O diário católico La Croix ressaltou que, após anos de tensão diplomática, a visita de Lula marca um novo ciclo nas relações bilaterais, com foco em meio ambiente, cooperação transfronteiriça na Guiana, desafios globais e crises internacionais.

Temas internacionais

A pauta internacional inclui também as guerras na Ucrânia e na Faixa de Gaza. A França espera que o Brasil, que assume a presidência rotativa dos BRICS, tenha papel relevante na busca por soluções diplomáticas.

O Brasil mantém diálogo aberto com a Rússia e, paralelamente, apoia o reconhecimento do Estado Palestino, reforçando sua atuação em fóruns multilaterais.

*Com informações da RFI.


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